13/12/2016

Retrocesso no licenciamento


A tentativa reacionária de promover uma regressão antológica no licenciamento ambiental federal foi desencadeada por aqueles de sempre de sempre ontem de madrugada. Como no caso da emenda pró-carvão eles têm maioria para tanto na Câmara que a cada eleição piora um pouco mais sua composição. 


Havia sido negociado pelo ministro Zequinha Sarney com a Casa Civil um outro texto, esse mais aceitável. Mas, na hora crucial, o ministro chefe da dita cuja se esquivou e não pôde ou não quis entrar no jogo. Foi uma vitória, momentânea, dos trogloditas e o substitutivo desmatador e poluidor ainda terá que passar pelo Senado onde é mais fácil bloqueá-lo --se houver uma grande mobilização-- e depois ainda restará o recurso ao veto presidencial que funcionou no caso do carvão.
O enfraquecimento de Temer diante da reverberação tonitruante que a grande mídia dá aos vazamentos lavajaticos prenuncia mais instabilidade. Não sei se os que já namoram com mais uma derrubada de presidente percebem exatamente na mão de quem isso nos deixará. Na deles mesmos, dos que têm maioria na Câmara e acabaram de aprovar esse substitutivo. Eles elegeriam o eventual sucessor de Temer. 
Um deles, estejam seguros.
E a PEC das “eleições diretas em 2017"? Sonho de uma noite de verão (ou delírio). Teria que ser aprovada por maioria de dois terços dos voto, sabe de quem??? Adivinha! Deles mesmos... Será que os ingênuos --bota ingenuidade nisso!-- proponentes dessa quimera acham que os nobres deputados irão patriótica e democraticamente abrir mão desse poder que tem de eleger o presidente, nessa hipótese? 
Não precisa ser ambientalista de carteirinha para ter medo de colocar o poder nas mãos dessa turma. O mais grave é o que está acontecendo com a economia, com o país hipnotizado pela fúria delatista e o governo cambaleando mais perdido que cego em tiroteio, a economia, que já teria muita dificuldade de se recuperar sem a possibilidade de investimento público, está indo aceleradamente para um buraco ainda maior. 
Do agravamento da crise não virá nada de bom. O que vier do "quanto pior melhor" só será bom para os bandidos, lato senso. Oscilamos entre o ruim e o tétrico. Em matéria de licenciamento ambiental o tétrico vem a cavalo mas ainda há chance de derruba-lo.
Uma rima e uma solução.

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