É evidente que o seu desgaste é
tamanho que dificilmente recuperaria uma maioria e sofreria nas eleições de 2016,
embora, possivelmente, menos do que sofrerá com Dilma. Mas ninguém é capaz de
prever a trama política de 2018, a capacidade ou não de Lula “dar uma de
Getúlio” – refiro-me à volta, não ao desenlace final. O que é
certo, no entanto, é que a crise econômica vai prosseguir, pelo menos mais dois
anos --salvo circunstâncias internacionais excepcionalmente positivas, que não
se vislumbram no horizonte-- e quem estiver no
governo irá se desgastar politica e eleitoralmente. Por isso acho o
deslumbramento com um impeachment sem “batom
na cueca”, ou essa proposta sem nexo
constitucional algum, de alguns tucanos, da
“eleição antecipada” autênticas e legítimas ideias de jerico.
Essa última seria plausível apenas no
parlamentarismo. Durante muito tempo fui um parlamentarista convicto. Meus
quatro anos como deputado federal arrefeceram consideravelmente esse
entusiasmo. Imagino o que seria a política ambiental de uma maioria parlamentar
no Congresso atual... Naturalmente falo no contexto do atual sistema eleitoral.
E aí, então??? Penso o seguinte: Dilma foi eleita
legitimamente no que pese a profunda desonestidade de sua campanha eleitoral.
Agora ela e o PT têm que segurar a pemba, pagar o preço político da crise
econômica que engendraram e viver o desgaste do Lava Jato, até a última gota.
Até 2018. O PT terá que aprender a
respeitar a integridade das empresas estatais e parar de saqueá-las para
constituir tesouros de guerra, dialogar com o espectro político e
pactuar republicanamente com a oposição em torno de pontos chaves, incluído ali
o controle do gasto público que ninguém –inclusive o STF-- parece querer enfrentar. Vai ter que lipoaspirar o mistério 39 e os 22
mil cargos comissionados, para início de conversa.
Não há atalhos a não ser os para o desastre. Dilma ganhou ano passado com uma
campanha enganadora mas a oposição perdeu por sua própria incompetência associada
a uma trágica fatalidade. Apesar dos erros que Eduardo Campos cometeu no início
de sua campanha, notadamente no Rio, e de sua dificuldade de penetrar nos
grandes centros e no sul do país, tenho a impressão que na dinâmica das fases
mais avançadas do primeiro turno teria uma chance de ir ao segundo e derrotar
Dilma. Marina teve que lidar com a tragédia e não se mostrou talhada para a
dificílima missão. Aécio teve um início totalmente bisonho, conseguiu chegar ao
segundo, como candidato até que foi bem na reta final mas sua campanha em
termos de comunicação e estratégia foi um desastre total. É perdeu feio em
Minas e no Rio, o fator fatal.
Essa é a história do Brasil. Não se a reescreve.
Aconteceu. Temos que assumi-la. Daqui para frente há um campo para uma crise
muito pior que imaginamos que espero não ocorra. Na intolerância tanto a anti
como a pro petista das redes sociais, na ressureição da extrema-direta sem
complexos --grande façanha do PT!-- e,
sobretudo, na crise econômica que ainda vai priorar bastante antes de
começar a melhorar, vai se dar o jogo delicadíssimo e dificílimo de evitar que
esse país e seu povo paguem um preço horrivelmente elevado.
Apoiei a OSI,fui Líder Estudantil em 1980,e não me identifico com esta esquerda que está no poderTodo o dinheiro que foi desviado da Petrobrás poderia estar sendo usado em Saúde,Educação e Moradia
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