Em 2016 ela parece ter sido de -1% e -3%,
respectivamente. Na China está havendo uma clara redução no consumo de carvão,
sua principal fonte de emissões, que já acontecera nos EUA por conta de sua substituição
pelo shale gas (gás de felhelho) e
por regras de redução de emissões decretadas na administração Obama.
Agora a má: essa
tendência, promissora, corre sério risco de ser revertida pela administração
Trump que nomeou negacionistas climáticos como Scott Pruit para postos chave, como a presidência
da agência federal de proteção ambiental, a EPA, cujo orçamento poderá ser amputado em 31% e cujo poder de regular as emissões de CO2 e de poluentes de efeito local,
em geral, foi solapado. Isso além de sua capacidade de controlar vários tipos de poluição de efeito local.
Também se especula que o governo
republicano poderia retirar os EUA da Convenção do Clima. Aparentemente existe
uma divisão no entrono do presidente em relação a isso. Curiosamente seu
secretario de estado, Rex Tillerman, ex-presidente da Exxon, defende a
permanência. Ele defendeu no passado taxa de carbono. Acreditava que a Exxon teria melhores condições competitivas contra as demais num contexto assim. Digamos que ainda é um panorama com certamente incerto...
Estive
recentemente, em Denver, com o ex-vice
presidente norte-americano, Al Gore, que mantêm seu sangue frio. Na sua
avaliação a economia norte-americana já entrou num ciclo irreversível de
transição para energias limpas que
independem de subsídios governamentais
e já apresentam condições amplamente competitivas.
Ele não acredita que
Trump possa dar um “cavalo de pau” na nova matriz energética americana e voltar
ao “rei carvão” ainda que possa adotar medidas pontuais para lograr efeitos
políticos. Vamos torcer para o Gore estar certo, pessoalmente tenho cá minhas dúvidas. Mesmo que Trump não consiga imprimir essa dinâmica regressiva à economia norte-americana e os EUA possam cumprir seu NDC, não obstante, a influência global de sua atitude é preocupante e muito deletéria. Me preocupo em particular sua influência em relação a dois grandes emissores problemático: a Índia e a Rússia.
Vi umas declarações recentes de Vladimir Putin com questionamentos parecidos com os do Trump (almas gêmeas) sobre o aquecimento global dizendo que é um "processo natural" e que só nos resta a adaptação. Curiosamente só li isso em um único jornal. A Rússia e o próprio Putin não faziam anteriormente esse discurso. Em Paris seu discurso era compatível com o tom geral. Na verdade a Rússia ate hoje aproveita a forte redução de suas emissões advindas do colapso da URSS e tenta fazer valer créditos de carbono "mandrakes" advindos daí.
É verdade que a bastante tempo há entre certos círculos russos a convicção de que a Rússia seria um dos raros países a se beneficiar de um aumento da temperatura porque multiplicaria suas terras agrícolas, sobretudo na Sibéria. Uma temeridade pois vários outros efeitos, prejudiciais, comprometeriam essa "vantagem".
Por outro lado, há muito tempo que analistas militares estudam as consequências geopolíticas disso: a China com problemas cada vez maiores nas suas relativamente escassas terras agrícolas (é um território muito desedificado) no futuro seria levada a cobiçar os novos enormes territórios agrícolas da Sibéria, vazios ter população e num país de demografia negativa.
A CIA e outros órgãos de inteligência possuem estudos geopolíticos prospectivos sobre essa possível guerra climática por vir. Não sou muito fã das teorias de determinismo geopolítico mas certamente o cenário é plausível, sobretudo se lembrarmos dos sangrentos conflitos fronteiriços que ocorreram em 1969, na época de Mao e Brejnev, quando a URSS cogitou seriamente de um ataque nuclear preventivo contra a China.
As duas almas gêmeas, Trump e Putin são casos clássicos de aprendizes de feiticeiros. Qual será o tamanho do prejuízo colateral que ainda irão inflingir ao resto da humanidade?
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