Não gosto de ser alarmista mas a realidade das
mudanças climáticas é deveras alarmante. Para além do fato de 2016 ser o ano
mais quente da história (antes disso já o foram 2015 e 2014) e de estarem se
confirmando cenários mais preocupantes para a elevação do nível dos oceanos,
agora aparece uma história digna daqueles filmes de catástrofe de Hollywood: um
brote com potencial de epidemia, na Sibéria, da dantes virtualmente extinta
bactéria Antrax.
Um
garoto de 13 anos da península de Yamal, dentro do círculo polar Ártico, morreu
e outras 23 pessoas e 2500 renas foram contaminadas pela bactéria considerada
extinta desde o anos 40. O Antrax, mais famoso por ser fabricado em
laboratórios militares para a guerra bacteriológica ganhou notoriedade com
estranhos atentados pelos correios, nos EUA, cometidos por um cientista
desequilibrado que depois se suicidou.
O
Antrax do brote recente, no Polo Norte, estava congelado em carcaças de animais
enterrados no Permafrost siberiano. Uma onda levou ao derretimento do gelo até
então permanente provocando o descongelamento e liberação da bactéria que se
propaga pelo ar e pela água. Aquela região siberiana neste verão chegou a ter
dias com temperaturas de 35 graus, esse ano, algo totalmente inédito!
Nos
60% do território russo congelados há inúmeros focos potenciais desse tipo
inclusive cemitérios e fossas comuns com restos de vítimas de epidemias
antigas, algumas milenares, com os micro organismos congelados e agora
potencialmente expostos novamente ao ar.
A região é importante para os planos da
Rússia de exploração de petróleo no Ártico e essa situação já havia sido
advertida por um estudo de Serguei Senenov do Instituto Russo do Clima, em
2014, na época criticado como alarmista. Esse tipo de risco pode ser
extrapolado –perdoem o trocadilho involuntário—para diversos outros habitats e
situações
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