29/08/2016

Mudanças climáticas ressuscitam Antrax na Sibéria

 Não gosto de ser alarmista mas a realidade das mudanças climáticas é deveras alarmante. Para além do fato de 2016 ser o ano mais quente da história (antes disso já o foram 2015 e 2014) e de estarem se confirmando cenários mais preocupantes para a elevação do nível dos oceanos, agora aparece uma história digna daqueles filmes de catástrofe de Hollywood: um brote com potencial de epidemia, na Sibéria, da dantes virtualmente extinta bactéria Antrax.

Um garoto de 13 anos da península de Yamal, dentro do círculo polar Ártico, morreu e outras 23 pessoas e 2500 renas foram contaminadas pela bactéria considerada extinta desde o anos 40. O Antrax, mais famoso por ser fabricado em laboratórios militares para a guerra bacteriológica ganhou notoriedade com estranhos atentados pelos correios, nos EUA, cometidos por um cientista desequilibrado que depois se suicidou.

O Antrax do brote recente, no Polo Norte, estava congelado em carcaças de animais enterrados no Permafrost siberiano. Uma onda levou ao derretimento do gelo até então permanente provocando o descongelamento e liberação da bactéria que se propaga pelo ar e pela água. Aquela região siberiana neste verão chegou a ter dias com temperaturas de 35 graus, esse ano, algo totalmente inédito!
Nos 60% do território russo congelados há inúmeros focos potenciais desse tipo inclusive cemitérios e fossas comuns com restos de vítimas de epidemias antigas, algumas milenares, com os micro organismos congelados e agora potencialmente expostos novamente ao ar.


A região é importante para os planos da Rússia de exploração de petróleo no Ártico e essa situação já havia sido advertida por um estudo de Serguei Senenov do Instituto Russo do Clima, em 2014, na época criticado como alarmista. Esse tipo de risco pode ser extrapolado –perdoem o trocadilho involuntário—para diversos outros habitats e situações

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