15/07/2016

Há risco nas Olimpíadas?



Tudo indica que a matança de Nice foi uma operação gênero “lobo solitário” influenciada mais que diretamente organizada pelo terrorismo djihadista. A lição operacional maior é a vulnerabilidade extrema das multidões não só frente às armas automáticas  e bombas mas também armas de improviso como veículos leves ou pesados. Israel já sofreu alguns atentados assim e isso pode virar moda no resto do mundo. O grandes eventos de massa tornar-se-ão cada vez mais um risco de segurança (e um perrengue, mais do que já são).

   O que aconteceu em Nice é parecido com os clássicos morticínios de atiradores psicopatas nos EUA. Tivemos dois recentes casos nos EUA (San Bernardino e Orlando) algo influenciados pelo Estado Islâmico mas no fundo foram praticamente idênticos às matanças tipo Colombine que não tinham um mote ideológico específico apenas um ódio homicida às pessoas em geral. O djihadismo consegue canalizar  esse tipo de personalidade insana direcionando-a a matar em seu nome.

 Isso nos leva a uma preocupação dos os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Qual o risco que corremos? Na minha opinião ele risco existe mas seria menos  o do “lobo solitário” ou de um atentado indiscriminado do que de uma ação terrorista do tipo mais clássico e focado, como Munique 1972.  Sem descartar totalmente essas duas hipóteses, me preocupa mais uma ação contra alguma das delegações de atletas ou torcedores de países que estejam na alça de mira do Estado Islâmico ou Al Qaeda.

 A lista de alvos é longa e inclui os EUA, Israel, França, Reino Unido, Turquia e diversos outros países já atacados. Operacionalmente é perfeitamente factível e, infelizmente, diria, até certo ponto fácil. Pode haver “células dormentes” djihadistas no Brasil e países vizinhos.  Seria relativamente fácil conseguirem armamentos e explosivos. Mesmo uma ação com poucas vítimas teria enorme repercussão pela enorme presença de mídia. O interesse do Estado Islâmico em fazê-lo num momento em que está na defensiva perdendo território no Iraque e na Síria,  com seus bastiões de Mossul e Raka cercados,  é bastante patente.


 Penso que o risco precisa ser levado muito a sério.  Todo cuidado é pouco. Vamos torcer para que tudo isso seja apenas uma paranoia. Se Deus quiser.

2 comentários:

  1. Ghandi oravava nas ruas com os lutadores da SatiagrahaE viviam em extrama miséria Porque alguns escolhem a tragédia e o crime e outros a PAZ?

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  2. Puxa vida,vivenciar um medo desses num dos eventos mais civizatórios!É demais!

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