Quem irá ocupar a Casa Branca, em 2017? |
Pode se dizer tudo da eleição norte-americana
menos que seja desinteressante. É fascinante num sentido mórbido. Patética!
Custa imaginar que alguém do perfil de Donald Trump possa ser sequer
competitivo mas a terrível revelação desse temporada é que ele pode ser
eleito embora não seja essa a hipótese mais provável.
A sua possibilidade depende da hipótese de uma enorme vantagem e mobilização do eleitorado branco,
masculino e pouco instruído combinado com uma insuficiente mobilização do
mosaico eleitoral que constitui o potencial eleitorado democrata: negros, latinos,
mulheres e homens brancos mais instruídos. A situação econômica do país, conquanto nada fantástica, é razoável: melhor do que a da Europa, resto das
Américas, boa parte da Ásia. No entanto, a desigualdade agravada e a estagnação dos salários e as dificuldades, sobretudo nos estados de indústria antiga e mineração –o chamado rust belt: "o cinturão de ferrugem"—são reais.
A candidata
democrata, Hillary Clinton, não tem o carisma do presidente Obama ou o de seu
marido Bill Clinton. É alvo de décadas de campanhas de ódio republicanas e sofre a sistemática antipatia de boa parte dos
jornalistas “liberais” e das alas mais radicais da esquerda
norte-americana. A intensidade dessa rejeição é desproporcional às suas limitações e aos erros que possa ter cometido. A extrema esquerda norte-americana é campeã na modalidade de tiro no pé. Pelo grau de prejuízo
que ela já causou e pode causar, pode se dizer que além de ser a mais burra do mundo é a mais perigosa.
Me lembro das discussões
que tinha com meus amigos verdes US, em 2000, quando insistiam em manter a arrogante candidatura de Ralph Nader naqueles estados cruciais como Flórida e Ohio.
Para eles Al Gore e George W Bush eram “farinha do mesmo saco”.
Mais do que a fraude eleitoral na Flórida, o que elegeu Bush naquela eleição foram os milhares de votos de Nader na Flórida e em Ohio. É verdade que Bush então se apresentava como uma direita moderada (compassionate conservative, um conservador com compaixão). Já Trump não tem a menor preocupação em ocultar seu neo-fascismo ululante e escancarado.
Ainda assim, uma franja de apoiadores do senador Bernie Sanders continuou a hostilizar Hillary na convenção, não obstante a leal adesão do senador. Privilegiam o estereotipado discurso “anti-neoliberal”, “anti-livre comércio” sobre todas outras questões: racismo, truculência, completo despreparo e falta de espírito público, comportamento empresarial fraudulento e simpatias por ditadores canalhas de todo tipo. Não chega a ser inédito: e a velha síndrome que acometeu o partido comunista alemão na ascensão de Hitler, nos anos 30: o inimigo principal não seriam os nazis mas os socialdemocratas... Deu no que deu.
Mais do que a fraude eleitoral na Flórida, o que elegeu Bush naquela eleição foram os milhares de votos de Nader na Flórida e em Ohio. É verdade que Bush então se apresentava como uma direita moderada (compassionate conservative, um conservador com compaixão). Já Trump não tem a menor preocupação em ocultar seu neo-fascismo ululante e escancarado.
Ainda assim, uma franja de apoiadores do senador Bernie Sanders continuou a hostilizar Hillary na convenção, não obstante a leal adesão do senador. Privilegiam o estereotipado discurso “anti-neoliberal”, “anti-livre comércio” sobre todas outras questões: racismo, truculência, completo despreparo e falta de espírito público, comportamento empresarial fraudulento e simpatias por ditadores canalhas de todo tipo. Não chega a ser inédito: e a velha síndrome que acometeu o partido comunista alemão na ascensão de Hitler, nos anos 30: o inimigo principal não seriam os nazis mas os socialdemocratas... Deu no que deu.
O contraste entre as duas convenções não
poderia ter sido maior. O dos republicanos marcado pela ausência de alguns dos
seus principais dirigentes, conservadores civilizados e por um discurso de baixo astral, fomentador de pânico, pontuado de arroubos megalomaníacos.
A dos democratas teve grandes discursos como os da primeira dama Michele Obama –o melhor de todos—do presidente Barack Obama, do ex-presidente Bill Clinton e do vice Joe Biden exprimindo o lado bom daquele país complexo mas admirável. Hillary sem o carisma de Michele Obama ou dos maridos de ambas, deu conta do recado: ela foi clara, didática e mobilizadora. Não se pode negar-lhe a coerência e persistência de uma militância de longa data e sua capacidade de realização.
A dos democratas teve grandes discursos como os da primeira dama Michele Obama –o melhor de todos—do presidente Barack Obama, do ex-presidente Bill Clinton e do vice Joe Biden exprimindo o lado bom daquele país complexo mas admirável. Hillary sem o carisma de Michele Obama ou dos maridos de ambas, deu conta do recado: ela foi clara, didática e mobilizadora. Não se pode negar-lhe a coerência e persistência de uma militância de longa data e sua capacidade de realização.
Uma candidatura extremista de um partido
dividido, com um aspirante a caudilho que desacata grosseiramente as normas mais elementares da praxis
política e é capaz de dizer as maiores barbaridades, dificilmente teria chance
contra uma máquina bem organizada, experiente e muito mais identificada com a
diversidade do país real. Só um índice considerável de abstenção como foi aquele das eleições parlamentares intermediárias
de 2014 ou 2010, quando Obama sofreu grandes perdas na Câmara e no Senado,
seria capaz de propiciar a inimaginável catástrofe: a eleição de um aventureiro, negacionista
climático, misógino, racista, amigo de
ditadores, xenófobo, fascistóide, ignorante e boçal ao cargo mais poderoso do planeta
com os códigos de lançamento do apocalipse nucelar a tiracolo.
Mas nos tempos que correm, com a extrema-direita no poder na Polônia e na Hungria, disputando na Austria, forte na França, com o Brexit em foco e a valiosa ajuda da barbárie do djihadismo o inimaginável torna-se possível. Com alguma
ajuda da esquerda mais burra do mundo não chega a ser impossível. A eleição nos EUA é
decidida no Colégio Eleitoral. Florida, Ohio, New Hempshire, Virginia, Iowa, Carolina do Norte, Pennsylvania, Wisconsin serão decisivos. Al Gore teve mais votos nacionais mas perdeu por causa da Flórida.
Nós brasileiros podemos ajudar, sobretudo na
Flórida, onde o voto de alguns milhares dos
nossos compatriotas de dupla nacionalidade pode fazer a diferença. Foi um estado
decisivo onde, em 2000, Bush ajudado pela fraude e por Ralph Nader venceu por cerca de 500
votos! A história não pode se repetir! Vamos mobilizar os brasileiros com dupla cidadania para se inscreverem e
votarem em Hillary!
Se estivesse nos Estados Unidos votaria em Bernie SandersNão sabia que os EUA têm uma esquerda Todo mundo presta a atenção nos Estados Unidos mas a Rússia também tem bomba atômica Quanto a mim,estudei com meu pai,músico a maior parte da vanguarda de compositores sinfônicos russos e do leste europeuE a vanguarda norte americana tambémSalve Stravinsk,salve guerswin!
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