19/01/2016

Na madorra de janeiro, Dilma manda eólicas e solar para escanteio.



 Na calada da madorra de janeiro, Dilma promoveu uma Noite de São Bartolomeu das energias limpas,  no Plano Plurianual da União para 2016/19. A presidente vetou a promoção do uso de sistemas e tecnologias visando a inserção de geração de energias renováveis na matriz elétrica brasileira; o acréscimo de 13.100 MW de capacidade instalada de geração de energia elétrica com fontes de energia renováveis; o incentivo ao uso de fontes renováveis por meio de geração distribuída; o incentivo ao uso de fonte solar fotovoltaica de geração de energia; a  implantação de projetos de desenvolvimento de fontes renováveis para geração de energia e de uso racional da energia elétrica e dos recursos hídricos.

 Isso é completamente contraditório com tudo o INDC (metas de redução de emissões de gases-estufa) brasileiro, anunciado em setembro e com tudo aquilo que o Brasil e a própria presidente clamaram aos quatro ventos em Paris, em dezembro.   Mais incrível ainda é o fato   disso praticamente não ter sido noticiado com nossa imprensa dormindo no ponto ou obcecada o escandalete do dia.

 Examinando se os vetos presidenciais no PPA, percebe-se um expurgo sistemático de tudo que tenha a ver com eólicas e solar. Parece birra! A origem do veto parece ter sido o ministério do Planejamento e o argumento exposto no veto beira o ridículo: “seria redundante em relação a outros objetivos existentes no PPA. Assim,  a proposta prejudicaria a expressão da política pública, a organização do planejamento e da atuação governamental prevista na estrutura programática do Plano. Para além disso as fontes renováveis de energia já respondem por cerca de 40% da matriz energética brasileira”.

 Raramente consegue se encontrar uma tamanha concentração de sandices e despautérios em duas frases, uma delas na condicional “seria”.  Algo pode ser  “redundante”  em relação a um mesmo objetivo mas não se pode ser redundante em relação a “outros objetivos”. O que diabos significa: “prejudicaria a expressão da política pública, a organização do planejamento prevista na estrutura programática do Plano”??? Essa frase, em idioma  dilmês, não  diz absolutamente nada! E, no final,  temos essa pérola: tudo isso seria “redundante” porque na nossa Pátria educadora já  temos  “40% de renováveis na matriz energética brasileira”.

 Ora esses 40% se devem às hidroelétricas que estão pouco a pouco se esgotando e cuja construção vai se tornando cada vez mais problemática. Há um elã de energia eólica, no Brasil,  que já corresponde a 8% da produção de energia elétrica. O solar é bem mais incipiente mas tem um potencial altamente promissor e Dilma lhe cantava loas, a pouco mais de um mês, em Paris. Vi com meus próprios olhos! Então o que aconteceu?


 Os “objetivos do PPA” serão contraditórios aos do Acordo de Paris que acabamos de firmar? O INDC brasileiro e a meta de 2 graus buscando o horizonte de 1.5 graus, até o final do século, é totalmente incompatível com essa postura “já temos 40% de renováveis então lixe-se o resto” que emana do veto. Francamente, vivemos numa esculhambocracia... Boas férias, galera...

Um comentário:

  1. Esta afirmação da Presidente Dilma,"já temos os quarenta por cento reniváveis"parece uma receita de bolo que não tem nada a ver com as razões,que deveriam ser científicas,norteadoras sobre qual a quantidade de energias deveriam ser renováveisIsto não é um plano de governo mas uma salvífica substituição de energias que vai beneficiar as próximas gerações

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