1 - Resposta da campanha Dilma
Transparencia e ética
O Governo atual tem-se empenhado em garantir a mais absoluta liberdade de imprensa no país, posição com a qual me encontro pessoal e partidariamente comprometida.
Por outro lado, as avançadas medidas de transparência de informações sobre a execução orçamentária e de contratos deverão ser aprofundadas com rapidez nos próximos anos.
Reforma Eleitoral
Tenho dito que este tema é fundamental para o amadurecimento da democracia no país. Sendo questão a ser tratada no âmbito do Congresso Nacional, considero que a Presidência da República não deve estar alheia ao tema. Penso que, sobre a maior parte das questões, estamos de acordo e que a forma definitiva que deve assumir a reforma política tem de ser resultado de amplo acordo envolvendo o bloco de sustentação do Governo, partidos que nele não estejam incluídos e, igualmente, as oposições.
Educação para a sociedade do conhecimento
Manifestamos nosso acordo com todos os pontos deste item.
Segurança Pública
Em sintonia com o sentimento da sociedade brasileira, temos dado especial atenção aos temas da segurança. Temos insistido – na contramão de outras propostas – que a segurança pública não se esgota nas ações repressivas, mas deve ser complementada por políticas públicas em regiões onde o Estado esteve e ainda está ausente. No plano puramente repressivo, defendemos o fortalecimento de ações de inteligência e o emprego de modernas tecnologias. O Governo Lula instituiu, no âmbito do Pronasci, a Bolsa PROTEJO, que beneficia jovens em processo de formação. Concordamos em que uma melhor remuneração dos policiais é fundamental para garantir a dedicação exclusiva a suas funções. Um primeiro passo foi dado a partir de 2008, com a instituição da Bolsa Formação, que beneficiou desde sua criação mais de 350 mil policiais. A necessidade indiscutível de um piso nacional de remuneração para policiais tem de ser objeto de um pacto entre a União, os Estados e os Municípios. Essas e outras questões deverão ser objeto de uma PEC a ser enviada no menor prazo possível, consultados os entes federativos. Meu programa prevê a revisão do modelo atual de segurança pública e a institucionalização de um Sistema Único de Segurança Pública.
Mudanças climáticas, energia e infra-estrutura
Expressando nossa concordância com a maior parte dos pontos contidos neste item, considero que há questões que devem ser objeto de aprofundamento e/ou negociação.
É o caso da criação de uma Agência Reguladora para a Política Nacional de Mudanças Climáticas. Mas temos acordo quanto à necessidade de um arcabouço institucional capaz de coordenar, implementar e monitorar iniciativas nesse setor.
A supressão do IPI sobre a fabricação de veículos elétricos e híbridos deve ser compatibilizada com nossa produção de etanol e nossa capacidade de geração elétrica. Pode-se propor política tributária diferenciada para veículos e outros bens que emitam menos GEE.
A proposta de moratória sobre a criação de novas centrais nucleares exige aprofundamento à luz das necessidades estratégicas de expansão de nossa matriz energética.
Seguridade Social: saúde, assistência social e previdência
Há concordância com todos os itens, com ressalva quanto à redução, no curto prazo, da população de referência para o PSF, pois implicaria aumentar as necessidades de profissionais além de uma capacidade imediata de resposta do sistema.
PROTEÇÃO DOS BIOMAS BRASILEIROS
NOSSO PROGRAMA DÁ ÊNFASE À PROTEÇÃO DOS BIOMAS NACIONAIS. POR ESSA RAZÃO, ESTAMOS DE ACORDO COM A META DE INCLUIR 10% DOS BIOMAS BRASILEIROS EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO A PROPOSTA DE DESMATAMENTO DE VEGETAÇÃO NATIVA PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA EM ESTADO AVANÇADO DE REGENERAÇÃO MERECE PRECISÃO. ESTAMOS DE ACORDO SOBRE A PRIORIDADE DE PROTEÇÃO DA AMAZÔNIA, PANTANAL, CERRADO E MATA ATLÂNTICA, DENTRO DE UMA ESTRATÉGIA AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEL DE OCUPAÇÃO E USO DO SOLO E INCLUSÃO SOCIAL.
Da mesma forma, é nossa prioridade a ação consistente na recuperação de áreas degradadas, a exemplo do Programa Palma de Óleo, na Amazônia.
Consideramos excelente a proposta de um Plano Nacional para a Agricultura Sustentável.
Sobre o Código Florestal, expresso meu acordo com o veto a propostas que reduzam áreas de reserva legal e preservação permanente, embora seja necessário inovar em relação à legislação em vigor. Somos totalmente favoráveis ao veto à anistia para desmatadores.
Gasto público de custeio e Reforma Tributária
Estamos de acordo com todos os itens.
Consideramos necessário afastar-nos de um conceito conservador de custeio que traz embutida a noção de Estado mínimo. A eficiência do Estado está ligada à qualificação dos servidores públicos. Daremos prioridade ao provimento de cargos com funcionários concursados.
Política Externa
Há acordo total com o expresso no documento.
Enfatizamos a necessidade de garantir presença soberana do Brasil no mundo, de fortalecer os laços de solidariedade com os países do Sul, em especial os da América Latina, com os quais compartilhamos história e valores comuns e estamos ligados pela necessidade de defesa de um patrimônio ambiental comum. Defendemos, igualmente, a necessidade de lutar pela reforma e democratização dos organismos multilaterais.
Fortalecimento da diversidade socioambiental e cultural
Pretendo dar continuidade e profundidade às políticas que foram seguidas neste campo pelo Governo do Presidente Lula.
2 - Resposta da campanha Serra
O PSDB constata grande convergência entre o programa de governo do partido e as propostas do PV apresentadas em 10 pontos para análise da candidatura de José Serra como plataforma de entendimento para o segundo turno destas eleições presidenciais.
As sugestões do PV mostram não apenas identidade com nossas diretrizes programáticas, mas, também, apresentam coerência com nossa prática política conforme demonstrado especialmente no Estado de São Paulo.
O Desenvolvimento democrático e sustentável aproxima as agendas políticas do PSDB e do PV tanto na teoria quanto na prática. A ousadia da lei paulista de mudanças climáticas e o arrojo nas políticas de defesa ambiental foram implementadas em São Paulo contando com a participação do PV, aliado de José Serra desde a prefeitura.
A elaboração de um programa de governo comum poderá ser rapidamente concretizada a partir da definição partidária do PV esperada neste domingo próximo. O recém-eleito senador por São Paulo, Aloysio Nunes, e o coordenador da Proposta Serra, Xico Graziano, estão orientados a aprofundar os entendimentos prévios já mantidos na data de hoje que resultaram na concordância sobre a agenda proposta com as seguintes ponderações e suposições básicas.
1- Convergir nos itens da reforma eleitoral visando substituir o voto nominal-proporcional pelo voto distrital e reduzir o custo das campanhas;
2- Promover a valorização profissional dos policiais civis e militares de modo a que eles possam se dedicar exclusivamente às funções policiais, levando em conta as condições peculiares de cada Estado e considerando a futura criação do Ministério da Segurança Pública;
3- Analisar mais detidamente o quadro da oferta e demanda de energia no país para viabilizar o aumento da renovabilidade na matriz energética;
4- Convergir as propostas que propiciem vantagens tributárias a processos e produtos ambientalmente sustentáveis;
5- Veto à anistia aos desmatadores e definição das áreas de preservação ambiental assegurando a manutenção das áreas de agricultura consolidadas e produtivas, especialmente aquelas dos pequenos produtores familiares no campo;
6- Reformas no sistema tributário nacional que simplifiquem o sistema, diminuam a regressividade dos impostos e reduzam os impostos sobre investimentos estratégicos
Nossas observações sobre os documentos e levando em conta as conversas:
Ambos documentos são fracos. O dos tucanos consegue ser pífio, dá impressão de negligência, de ter sido feito "nas coxas".
Ambos não aceitam a moratória de usinas nucleares para além de Angra III. Os tucanos sequer o não-leilão de novas térmicas a carvão e óleo combustível a pretexto de ter que "estudar a demanda energética" (então ainda não calcularam???) omitindo que se ela for premente as novas térmicas podem ser a gás natural com muito menor emissão de CO2. As usinas a carvão na verdade obedecem a um interesse comercial de rentabilizar a volta dos navios que exportam minério de ferro trazendo carvão a preço de banana. Um negócio "marginal" com intensa emissão de Co2.
No ponto do código florestal Dilma aceitou ir mais longe. No documento os tucanos ficam aquém inclusive do colocado na conversa. Não falam de reserva legal e tornam ainda mais imprecisos seus limites em relação às APPs embora aceitem, já é um passo, a não-anistia a desmatadores.
Em segurança pública os tucanos não identificam claramente a questão da falta de dedicação exclusiva dos policiais em função de salários aviltados e da cultura do "bico" como uma questão central.
Cometem uma gafe monumental ao dizer que estamos de acordo em torno do "voto distrital" o distrital é a morte dos pequenos partidos como o nosso. Nossa proposta é o distrital misto (sistema alemão). Deve ter sido por conta da pressa ou do descaso...
Na política externa o PT não passa recibo, por escrito, embora na conversa seu principal ideólogo tenha admitido alguns erros de tom, o que foi honesto de sua parte.
Finalmente, o texto do PT é assinado pela própria Dilma enquanto o do PSDB leva a assinatura de Sérgio Guerra.
Ambos documentos são fracos. O dos tucanos consegue ser pífio, dá impressão de negligência, de ter sido feito "nas coxas".
Ambos não aceitam a moratória de usinas nucleares para além de Angra III. Os tucanos sequer o não-leilão de novas térmicas a carvão e óleo combustível a pretexto de ter que "estudar a demanda energética" (então ainda não calcularam???) omitindo que se ela for premente as novas térmicas podem ser a gás natural com muito menor emissão de CO2. As usinas a carvão na verdade obedecem a um interesse comercial de rentabilizar a volta dos navios que exportam minério de ferro trazendo carvão a preço de banana. Um negócio "marginal" com intensa emissão de Co2.
No ponto do código florestal Dilma aceitou ir mais longe. No documento os tucanos ficam aquém inclusive do colocado na conversa. Não falam de reserva legal e tornam ainda mais imprecisos seus limites em relação às APPs embora aceitem, já é um passo, a não-anistia a desmatadores.
Em segurança pública os tucanos não identificam claramente a questão da falta de dedicação exclusiva dos policiais em função de salários aviltados e da cultura do "bico" como uma questão central.
Cometem uma gafe monumental ao dizer que estamos de acordo em torno do "voto distrital" o distrital é a morte dos pequenos partidos como o nosso. Nossa proposta é o distrital misto (sistema alemão). Deve ter sido por conta da pressa ou do descaso...
Na política externa o PT não passa recibo, por escrito, embora na conversa seu principal ideólogo tenha admitido alguns erros de tom, o que foi honesto de sua parte.
Finalmente, o texto do PT é assinado pela própria Dilma enquanto o do PSDB leva a assinatura de Sérgio Guerra.
A resposta do PT foi melhor, inclusive por pontuar os desacordos. Questao das nucleares e do formato da Agencia Nacional de Clima sao pontos muito ruins da negativa do PT.
ResponderExcluirA resposta do PSDB foi lacônica, nao pontuando o que de fato nao aceita.
Pontos positivos: ambos vao ter de detonar os "exterminadores do futuro" do Código Florestal.
Daqui em diante temos de monitorar as propostas de Marina para cobrar sua implementacao.
Opa, quer dizer que Dilma topou manter o Código florestal como está? um avanço! A resposta do Serra está meio genérica e fazendo auto-referência ao próprio programa, não fica claro o compromisso com ponto a ponto....
ResponderExcluirEspero que o PV se mantenha neutro no segundo turno. O PSDB foi pífio em sua carta. O PT pode parecer assumir mais compromissos, mas pela história recente, sabemos que aquilo que o PT assina não necessariamente será um compromisso efetivo. Não se maculem ficando ao lado de nenhum destes 2 partidos velhos e desgastados! Continuem VERDES apenas, sem toques de vermelho ou azul. Se mantenham a nova força que surgiu em nosso país, a única esperança de mudança concreta!
ResponderExcluirÉ, realmente a situação não é simples. O documento do PT é bem melhor preparado e especificado do que o do PSDB, embora também não seja o ideal. Os tucanos tentam fazer da aproximação com o PV em São Paulo um argumento para o apoio político, desqualificando a discussão programática feita pelo PV.
ResponderExcluirBom, na minha opinião pessoal, Serra é mais inteligente, culto e legitimado do que Dilma, porém, seu partido e grupo político demonstra ser mais atrasado e conservador do que eu pensava, o que vai em contramão à modernidade e evolução que Marina apresentou e representou, além da falta de compromisso com o programa apresentado pelo PV. O documento do PT foi realmente melhor e mais específico. Por fim, repito a frase inicial, a situação não é simples; e a neutralidade tem que ser uma opção.
Obrigada por compartilhar o texto e sua análise.
ResponderExcluirComo você mesmo coloca, as respostas do PT são mais coerentes mas esse documento é um mero detalhe. Por mim, temos que analisar como um todo o histórico do PT e PSDB em relação a todos esses pontos.
Por mais que o governo Lula tenha pisado na bola nos últimos anos com o ocorrido entre Dilma x Marina, todo o avanço nas políticas públicas e programas ambientais do primeiro mandato merece respeito e as negociações tem que ir nesse sentido.
Espero que o PV e Marina tomem a decisão certa e não traiam todo o histórico que conhecemos.
PV + PT - para o Brasil continuar se desenvolvendo de forma sustentável.
Abraços,
A questão nuclear penso ser complicada, pois é difícil exigir que um partido exclua a opção nuclear quando o próprio IPCC, no seu terceiro relatório, considera o uso da tecnologia como medida de mitigação. Em todo caso, qualquer novo reator terá, obrigatoriamente, que passar pelo congresso.
ResponderExcluirPenso, como filiado do PV de Porto Alegre, que o PV poderia ser mais propositivo se, ao invés de pedir moratória, exigisse que a fiscalização de materiais radioativos não fosse mais atribuição do CNEN, mas sim de uma autarquia independente, transparente e que prestasse contas à sociedade, de tempos em tempos, sobre o seu campo de atuação. Essa autarquia poderia reunir academia, ONGs, indústria e um grupo interministerial.
Fora isso, o PV poderia pedir o compromisso na restrição da fonte nuclear, delimitando tamanho e tipo do reator, sempre utilizando para o cumprimento de demandas do tipo "base load", ou seja, quando outras fontes não forem conveniente por baixo fator de capacidade.
http://en.wikipedia.org/wiki/Base_load_power_plant
Também é possível restringir o tipo de reator, exigindo que ele contenha as exigências do programa INPRO da ONU. Isso seria equivalente a uma moratória pois não há previsão para a construção de reatores de IV geração nos próximos 20 anos. Também fomentaria a pesquisa sobre a sustentabilidade da fonte nuclear e derrubaria o argumento vigente, dentro do MME, de que é preciso investir na atual tecnologia nuclear (inconveniente) para manter o know-how.
http://www.iaea.org/INPRO/
http://www.iaea.org/NuclearPower/Downloads/INPRO/Files/INPRO-lowres.pdf
Concordo, não dá para discutir nessas bases!
ResponderExcluirE ai Sirkis vai encarar a Dilma e quadrilha? Acho que o melhor para o Brasil è apoiar o Serra e exigir do PSDB tudo que o PV idealizou caso a Marina fosse eleita, para garantir que depois do Serra a Marina possa concorrer e se eleger. Do jeito que se avizinha essa corja não larga o osso pelos próximos 50 anos. Serra presidente e a Dilma que volte para onde ela veio.
ResponderExcluirParabens ao PV....
ResponderExcluirVotei na Marina no primeiro turno e agora vou voltar na Dilma,
vcs do PV deveriam olhar o quadro final da votação do primeiro turno
e observar, que o tucano Serra teve maioria dos votos onde os fazendeiros
mandam e fazem grandes queimadas sera só uma coicidencia?
Acho que vcs deveriam olhar pra isso e sairem de cima do muro isso sempre foi coisa do PSDB
abraço...
Wanderley
Como se observa, o PSDB dá a impressão de que respondeu apenas para dar uma satisfaçãozinha a PV. Realmente foi feito nas coxas, tipo, coloca aí pra não dizer que não passamos despercebidos. Se chegarem lá, com certeza o PV com suas propostas vai tomar um "passa minino" quem nem o Aécio de Minas tomou.
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