A
ofensiva de propaganda negativa da campanha de Dilma é tudo menos imprevista.
Antecipei que viria logo que Marina foi oficializada como candidata no lugar de
Eduardo. Era previsível que o bombardeio começaria pela mídia social, via o exército internautico
criado do PT. Também era previsível que
se desse uma “santa aliança” entre petistas e tucanos para tentar reverter o
quadro para a escalação do segundo turno. Compreensivelmente Aécio vai lutar
para estar lá –mesmo sabendo que Marina teria melhores chances-- e o PT vai trabalhar para que ele lá esteja
porque acha que é mais fácil de derrotar.
Falta combinar com os eleitores e a distância parece grande demais, mas
nessa eleição com o Sobrenatural de Almeida às soltas, nada é impossível, embora
altamente improvável.
Marina está comunicando muito bem e a
propaganda negativa tem dificuldades de colar nela, embora sempre surta algum
efeito. O fogo de barragem será intenso pois a candidatura de Dilma tem muitos
comerciais de TV para queimar enquanto nós temos pouquíssimos. Por isso será um
conflito assimétrico no qual a palavra chave é resiliência e a arma decisiva, bom humor.
A
técnica Goebbels vai continuar sendo utilizada pelo PT sem a menor preocupação
de coerência ou de credibilidade. Vão tentar um pouco de tudo com muita cara de
pau. É o famoso “chame ladrão”: o partido que mais recebeu recursos de bancos --e
mais fez lucrar os bancos-- resolve agora dizer que Marina é a “candidata dos
bancos” porque uma das herdeiras da família Setúbal --que nunca se envolveu em
assuntos de banco-- é sua amiga, ajuda a causa e desempenha um papel importante
na campanha. Lembra o PT se esguelando contra “a direita” ao mesmo tempo que
cultiva uma aliança regular com Paulo Maluf. (Sem esquecer Sarney, Jader, etc.)
O epicentro da guerra de propaganda é o Rio de Janeiro,
um estado decisivo para a vitória de uma ou da outra. O problema de não termos um candidato a governador --me dispunha a
missão mas fui “escanteado”-- cria uma situação meio grotesca com quatro candidatos da Dilma, nenhum contra, deixando
um enorme contingente de eleitores cariocas e fluminenses à míngua total.
Conforme eu previa e avisei os desavisados/iludidos Lindbergh entrou em queda
livre e vamos ter um pouco reconfortante segundo turno entre little boy e big foot, obrigando a todos, inclusive a mim, a um voto útil.
A campanha da Dilma se agarra em dois contos
de vigário: 1) Marina é contra o Rio nos royalties. Mentira deslavada: desde
2010 defendemos que não se pode mexer nos contratos nem privar o Rio de verbas
que já dispõe e com as quais conta. Em relação à repartição futura cabe uma
negociação e essa é a mesma posição que a da bancada do Rio. Aliás a
responsabilidade das perdas do Rio iniciam-se com a decisão de Lula de mudar o
regime de exploração2) Marina vai acabar com o Pre sal. Evidentemente num
governo Marina serão mantidos os investimentos previstos. O que precisará ser
discutido e não é “subjetivo” é o obvio: o mundo todo move-se em relação a
restrições sobre a quantidade de petróleo que será de fato extraída e queimada
em função da crise climática, a extração também obedece a lógicas de mercado e
a própria OPEP já repetidamente baixou sua produção para manter o preço e
sabemos que um preço elevado (embora não demasiado) é importante para dar
competitividade às energias limpas. Há um desafio tecnológico que tem que ser
tratado a sério e não virar encenação “para inglês ver”, que é a da captura de
CO2 no processo de extração. Iremos zelar por isso. Finalmente não abrimos mão
de ver no futuro da Petrobras uma empresa não apenas de petróleo mas de
energia.
Quem delapidou a Petrobras fazendo seu valor
cair brutalmente, usou-a como aparelho de corrupção político-eleitoral, atentou
contra sua integridade com negociata escabrosas com a da refinaria de Pasadena
não teria moral para falar de corda em casa de enforcado mas o faz porque sua
cara e pau não tem limites.
Resiliência é o nome do jogo e a máxima é
aquela do deserto: “os cães ladram, a caravana passa”.
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