Há dezenas de propostas que podem ser feitas para melhorar
nossas polícias e torna-las mais capazes de enfrentar a insegurança que assola
nossa Cidade. Sem dúvida a profissão policial precisa ser dignificada como
melhor salário, treinamento, perspectivas de carreira e, naturalmente, uma
deputação drástica da chamada “banda podre” que usa a farda ou a carteira para
servir ao crime. A maioria, no entanto, é constituída de profissionais corretos
que sonham poder exercer sua profissão em condições dignas e para dar mais
segurança à população.
De todas as propostas que se pode formular existe uma
que vai no “x” do problema: a criação de
um regime de dedicação exclusiva, com o policial trabalhando todos os dias, sem
as chamadas escalas de serviço de 24 horas por 48 ou 72, que quebram totalmente
a rotina do trabalho policial, tornam-no descontínuo, espasmódico e estimulam
não só o segundo emprego como tendem a fazer deste a atividade principal, a
mais bem remunerada, a que drena mais energias, relegando a carreira policial à
condição, de “bico”.
Se queremos uma
polícia minimamente eficiente devemos entender que ela terá que ser bem paga a
atrativa para segmentos profissionais da classe média que hoje não se
interessam por ela. A dedicação exclusiva tem vantagens evidentes:
automaticamente se triplica o número de policiais em serviço, no dia a dia,
aumentando da forma mais racional o efetivo disponível. Diminui, drasticamente,
o tempo disponível para atividades fora do controle da hierarquia, incluindo-se
aí, as oportunidades para práticas incompatíveis com a profissão ou criminosas.
Fica reforçada a coesão e o espírito de corpo que são a espinha dorsal de
qualquer instituição eficiente.
Argumentam que a
cultura da “escala de serviço” e o peso econômico do “segundo emprego” são tão grandes que os policiais não aceitariam
esse regime. Conheço, no entanto, muitos que almejam uma carreira à qual possam
prestar total dedicação. Poderia haver
uma fase de transição durante a qual os dois regimes coexistiriam com possibilidade do policial
escolher. Os que optassem pela dedicação exclusiva receberiam nítidas vantagens de promoção, salariais e
outras como financiamento especial de casa própria, melhor aposentadoria, etc..
Isso permitiria uma transição sem traumas de um regime ao outro. Penso que é
uma questão que merece ser debatida. Não só no Rio como nacionalmente.
Lendo esse texto, parece muito pertinente. O problema é que o escrevi em 2006, faz oito anos… Continua atual, infelizmente...
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