Ontem foi instalada a comissão mista Senado-Câmara para examinar a MP 579 que trata da prorrogação das concessões de exploração de energia elétrica e da redução de tarifas na tentativa do governo de reduzir o preço pago por consumidores comerciais e residenciais.
Embora a intenção seja meritória e os efeitos positivos do ponto de vista econômico, a MP precisa de diversos aperfeiçoamentos. Existe ali um mal disfarçado subsídio a térmicas à carvão, por exemplo. Mas o mais grave são as omissões em relação à energia que mais cresce no mundo neste momento: o solar.
Apresentei emendas propondo:
1 – Supressão do imposto de importação das placas de células fotovoltaicas usadas na montagem dos painéis solares.
2 - Estímulo à formação de mão de obra para a montagem e instalação de painéis solares.
3 – Inclusão o solar no rol de fontes limpas mencionada na nova redação do inciso IV do art 13 da Lei 10438/02 corrigindo uma inexplicável omissão.
O fotovoltaico já é plenamente competitivo em diversas áreas do Brasil, dependendo do cobrado pela concessionária local e a previsão é de que poderia ser plenamente competitivo, até 2016, se existirem estímulos adequados e compensações pelos efeitos da MP 579/12 que ao baratear a tarifa reduz essa competitividade, sobretudo no nordeste.
O solar pela sua possibilidade de geração distribuída, descentralizada, gera empregos em grande quantidade na sua instalação. É possível também cria-los na fabricação dos painéis solares onde o único elemento importado seriam as células fotovoltaicas em relação as quais é impossível competir com a China que nesse momento domina 60% do mercado mundial.
Na sua primeira sessão a Comissão elegeu como presidente o deputado Gilmar Tato e relator o senador Renan Calheiros. Estive com Renan sugerindo-lhe que incorporasse essas propostas em seu relatório e sua primeira reação foi extremamente favorável, o que me deixou bastante otimista.
Concidentemente, ontem saiu no jornal O Globo um artigo do meu amigo Tasso Azevedo que mostra o quanto o Brasil está bobeando em relação ao solar. Eis algumas informações importantes de Tasso:
O solar está em franca expansão em todo o planeta: em 2011 foram instalados no planeta + 30 GW de energia solar fotovoltaica levando o total a 70 GW. A energia produzida em todo o mundo pelas hidroelétricas corresponde a 126 GW. No mesmo ano houve um acréscimo de apenas 12 GW de potencial instalado hidroelétrico.
Na Alemanha, país com menos de 50% do potencial de insolação do Brasil, a capacidade solar instalada já é de 32 GW, em 2012, espalhada por mais de um milhão de pequenas instalações das quais mais de 85% foi montada nos últimos 5 anos. Isso equivaleria à 30% da produção elétrica brasileira!
A oportunidade da MP 579 para avançar com o solar no Brasil é imperdível.
Shangahi Solar: uma passarela fotovoltaica |
Santa Monica: fachadas solares |
Rio de Janeiro: telhado da reformada Biblioteca Pública Estadual na Av Pres. Vargas |
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