16/10/2012

Manguinhos:acerto e erro




 É correta a decisão do governo do estado de desapropriar a refinaria de Manguinhos que ocupa uma área imensa com pouca atividade além da estocagem e cuja presença, naquele local, já não corresponderia mais a um zoneamento de atividades urbanisticamente coerente e atualizado. A desapropriação também permitirá lidar com a inadimplência acumulada em relação a tributos.

 No entanto, a destinação anunciada para a área, habitação popular, é equivocada porque o grau de contaminação do solo em Manguinhos com óleos, metais pesados e outros poluentes é bastante alto. Tenho conhecimento de avaliações que orçaram a sua descontaminação em, aproximadamente, R$ 50 milhões. E o uso previsto por quem encomendou essa estimativa não era o residencial. É plausível se supor que o uso residencial demandaria uma descontaminação mais cara e demorada.

 Participei, quando secretario de urbanismo e presidente do IPP,  de estudos que indicam aquela área como adequada algo que a cidade necessita urgentemente: uma plataforma logística. Trata-se de um local onde o transporte de carga rodoviário realiza um transbordo para veículos de menor porte destinados a abastecer o comércio e aos serviços evitando  a circulação de carretas e  caminhões  no perímetro urbano e, consequentemente,  diminuindo os congestionamentos e as emissões de gases poluentes automotivos. Cidades modernas e bem organizadas todas tem suas plataformas logísticas o que praticamente retira de suas ruas os caminhões. 

 A área de Manguinhos pela sua localização estratégica, junto à Av Brasil e com uma ferrovia aos fundos,  é perfeita para  uso como plataforma logística. Os custo da descontaminação tendem a ser menores. A plataforma logística seria também uma forte geradora de tributos que por sua vez podem financiar habitação popular em áreas mais adequadas naquela mesma região.

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