25/08/2012

Rara boa notícia de Israel

Os palestinos e o mar

 Em dias de constantes más notícias --risco crescente de ataque aéreo ao Irã agressão gratuita a jovens palestinos, em Jerusalém, repressão contra trabalhadores imigrantes africanos e ofensiva política do energúmeno Avigdor Lieberman contra o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas--  surge inesperadamente uma boa notícia: por ocasião do Id al Fitr, um feriado muçulmano, foi permitida a entrada em Israel de 130 mil palestinos da Cisjordânia para visitarem suas famílias, algo que não ocorria há muitos anos.  Parte deles foi vista nas praias de Tel Aviv em contato com o mar, algo totalmente impossível há muito tempo para os moradores dessa grande prisão que é a Cisjordânia palestina: uma sucessão de “bantustões” urbanos sem contiguidade territorial, separadas entre si pelas tropas de ocupação e pelos assentamentos.

 Como nota o Haaretz, jornal progressista, “não foi o fim do mundo”. Essa medida de redução de tensão e estímulo a coexistência é a gota d’água num oceano de repressão e opressão mas é um passo no sentido certo.  Oxalá haja outros. 

LEIA A MATERIA DO HAARETZ

Boa notícia (2)

Parecem ter diminuído um pouco os riscos de um ataque de Israel às instalações nucleares iranianas antes das eleições norte-americanas de novembro. Internamente a oposição tornou-se mais intensa com a tomada de posição inequívoca do presidente Shimon Peres. O principal rabino sefaradita e mentor do partido religioso Shas, Ovadia Yoseph, peça importante da coligação de Netanhahu, parece se inclinar contra o ataque, agora, apesar de ter feito no passado declarações beligerantes e até racistas contra os muçulmanos em geral.  Ainda pode acontecer pois Bibi Netanhyahu e Ehud Barak estão tentando de tudo para reunir massa crítica política para tanto. Mais um sinal: Karl Rove, o grande estrategista republicano, advertiu seus colegas que um ataque agora correria o risco de fortalecer Barack Obama na corrida presidencial dada a propensão dos americanos de se se unirem em torno do "comandante em chefe" em momentos de crise internacional e pelo fato dele ser melhor considerado nas pesquisas que Mitt Romney no quesito "segurança nacional". 

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