Mais um fiasco. Com esse formato de conferencias de mais de 190 países cada um com poder de veto não vamos a lugar nenhum. Penso que seria importante ter um G-20, um “grupo do clima” com os principais emissores: China, EUA, Índia, União Européia, países chaves da “velha" e “nova” Europas (Alemanha, França, Reino Unido, Polônia, Hungria, etc...) Brasil, Japão, Rússia, Canadá, Austrália, Indonésia, México, Argentina, alguns paises Africanos e alguns insulares muito vulneráveis para elaborar um acordo pós-Kioto que pudesse depois ser ajustado e referendado no sistema ONU.
O “x” do problema hoje é o Congresso norte-americano. Os republicanos e os democratas de estados de economia dependente do carvão são hegemônicos e bloqueiam tudo. Vai ter que voltar a ser como no governo Bush uma ação via estados e cidades até que em 2012, se o Obama se reeleger e melhorar a correlação de forças no Congresso, possa haver uma nova chance. Na conjuntura atual ele não conseguiu nem emplacar as tímidas ofertas de Copenhagen” redução de 17% em relação a 2005.
Numa situação assim qual o incentivo ou pressão para que a China adote uma atitude? Juntos EUA e China são responsáveis por 40% das emissões. A China oferece reduzir em 45% a intensidade de emissões por ponto percentual de aumento do PIB. Pelos cálculos que fiz ela estabilizaria suas emissões nos níveis atuais (já tremendos) se crescesse 4% o que para eles já é uma recessão. Crescendo 12% é o caminho para o desatino climático... Uma responsável do PC chinês me confidenciou durante um seminário na Candido Mendes que acreditavam que o crescimento Chinês dentro e duns anos se estabilizaria em 8%. Na atual configuração não existe a menor chance do aumento de temperatura do planeta se estabilizar em 2 graus. Estamos condenando nossos netos e bisnetos ao inferno na Terra.
E o Brasil?
Em um mundo de cegos podemos pretender ser reis. O Brasil, depois da Europa, é quem mais tem cortado de fato e se proposto a cortar mais emissões. Mas não é razão para ufanismo porque ainda é pouco do ponto de vista da necessidade objetiva e, por outro lado, vamos ser particularmente vulneráveis no futuro. O Brasil sofrerá um aquecimento 20% maior que a média planetária.
Concorda com o reconhecimento do estado palestino, nas fronteiras de 1967, pelo governo, atitude seguida pela Argentina e Uruguai?
Sou um critico duro da política externa do Itamaraty e do Planalto nos últimos anos mas nesse caso concordo em gênero, número e grau. Netanyahu enganou Obama e Hillary Clinton sinalizando que faria um acordo decente com os palestinos. Que seria uma espécie de De Gaulle israelense. Nunca acreditei. É um político escorregadio, espertalhão, sem nenhuma grandeza, afora sua visão expansionista de direita e seu cordão umbilical com os colonos. Fica empurrando com a barriga, ganhando tempo enquanto na prática vai criando o fato consumado do Grande Israel, um estado binacional em regime de apartheid. Em qualquer circunstância não seria fácil enfrentar os colonos, um terço dos quais teria que ser reassentado ou reconhecer a soberania palestina na Cisjordânia, mesmo anexando grandes blocos de assentamentos em troca de terras correspondentes em extensão e valor econômico dentro da chamada “linha verde”. Mas Netanyahu não o fará, nem aceitará a óbvia soberania palestina sobre partes árabes de Jerusalém onde os judeus, em geral --salvo alguns colonos fascistas— não freqüentam. Seu pai não deixa...
Como o muro da Cisjordânia, a recente operação em Gaza e a trégua com o Hezbollah estão propiciando uma certa calma para a população de Israel esta pensa que pode ficar empurrando com a barriga. Quando há violência dizem: “não podemos negociar sob violência e terrorismo” quando não há, vira: “não precisamos ceder em nada porque está tudo calmo”. É a política do avestruz. Se como tudo indica nada acontecer no processo de paz com a Autoridade Palestina –que seria fundamental para isolar politicamente e enfraquecer o eixo Irã-Hezbollah-Hamas— vai acontecer em breve uma nova guerra que essa vai afetar profundamente Israel.
A equação estratégica é simples: foguetes cairão em enorme quantidade provocando perdas humanas e econômicas muito grandes ainda que Israel infrinja aos outros danos cem vezes maiores. Esses danos por usa vez transformarão o Líbano, a Síria, Gaza e eventualmente a Jordânia, em campos de ruínas com uma população revoltada dando suporte aos islâmicos. Num contexto assim basta recuar e continuar disparando mísseis e foguetes. A capacidade de Israel de ocupar territórios extensos e sofrer baixas é pequena dadas as suas limitações demográficas e sua cultura ocidental. Os extremistas islâmicos apostam exatamente nesse tipo de situação e têm em Netanyahu, Liberman, Benny Beguin et catevra grandes parceiros. A janela de oportunidade para uma solução de dois estados está se fechando. Por isso considero correta a posição que o Brasil, Argentina e Uruguai adotaram. É o preciso isolar politicamente e diplomaticamente esse governo de Israel e forçar sua queda. Com ele não há esperança.
A equação estratégica é simples: foguetes cairão em enorme quantidade provocando perdas humanas e econômicas muito grandes ainda que Israel infrinja aos outros danos cem vezes maiores. Esses danos por usa vez transformarão o Líbano, a Síria, Gaza e eventualmente a Jordânia, em campos de ruínas com uma população revoltada dando suporte aos islâmicos. Num contexto assim basta recuar e continuar disparando mísseis e foguetes. A capacidade de Israel de ocupar territórios extensos e sofrer baixas é pequena dadas as suas limitações demográficas e sua cultura ocidental. Os extremistas islâmicos apostam exatamente nesse tipo de situação e têm em Netanyahu, Liberman, Benny Beguin et catevra grandes parceiros. A janela de oportunidade para uma solução de dois estados está se fechando. Por isso considero correta a posição que o Brasil, Argentina e Uruguai adotaram. É o preciso isolar politicamente e diplomaticamente esse governo de Israel e forçar sua queda. Com ele não há esperança.
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