27/09/2010

Jaguatirica vence debate

Marina presidenciavel

Dessa vez Marina matou a pau. Firme, incisiva, mas sempre elegante foi o destaque absoluto do debate da Record, colocando-se claramente como a terceira via, mirando no segundo turno e mostrando-se presidenciável. No curso desse debate os brasileiros puderam vislumbrá-la como presidente. Serra não foi mal. Experiente, soube ser didático e sair-se razoavelmente da perguntas mais incômodas, como aquela do porquê esconde sistematicamente Fernando Henrique. Só perdeu o rebolado uma vez diante de uma estocada sutil de Marina. Dilma foi a mais atacada, parecia uma búlgara, tentando sambar na avenida e sua explicação em relação aos eventos na Casa Civil foram inócuos e evasivos. Atrapalhou-se várias vezes mas, ao fim ao cabo, sobreviveu, o que é o objetivo que seu marqueteiro busca nesses penosos debates. Não ir a nocaute. Não foi.

Plínio ofereceu um espetáculo hilário, por um lado, mas, no fundo, deprimente e altamente inquietante num determinado momento. Ele não esconde mais que seu objetivo é apenas ajudar o seu partido a eleger deputados mas, pode estar provocando o efeito oposto. Me pergunto, por exemplo, qual o judeu, sionista de esquerda, não-sionista ou até anti-sionista, que pode tolerar sua defesa da aquisição de armamento nuclear por parte do regime dos aiatolas, que nega o holocausto nazista e defende “varrer Israel do mapa”? Será que o PSOL tem tantos eleitores assim que consideram, como Plínio, que os Estados Unidos são uma ditadura pior que o Irã e que preferem Ahmadinedjad a Obama?

Serra, ao formular sua pergunta sobre política externa, levantou a bola para Plínio. Quis usá-lo para criticar a posição de Lula em relação a Ahmadinedjad. Surpreendentemente, o candidato do PSOL levou ao extremo a posição proliferacionista de um Samuel Pinheiro Guimarães, e outros expoentes geiselistas do governo Lula, cujo pensamento nuclear gestou-se na era em que o Brasil preparava seu artefato a ser detonado no silo da Serra do Cachimbo. A própria ditadura recuou temendo uma corrida armamentista com a Argentina. Mas, ficaram os nostálgicos da bomba que voltaram ao poder com o PT. Por outro lado, Plínio não foi capaz de fazer uma única restrição a feroz ditadura liberticida, torturadora e lapidadora de mulheres que oprime o povo iraniano. Foi vergonhoso nessa hora. Foi Ahmaplinedjad.

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