18/08/2010

No day after, a volta por cima

Nada como um dia depois do outro. Dando a volta por cima do desastre ecológico do programa de TV de estréia, Marina mostrou a que veio no debate da UOL. Sua melhor performance até agora. Enfim, jaguatirica.


Marina se colocou claramente como a alternativa, e que está dentro do jogo e, sua simples presença, sua elegância, contrastando com o “quase pugilato” de Dilma e Serra, fez a diferença.
Faço votos para que o programa de amanhã fique nessa faixa de onda, com Marina presente, olho no olho, ocupando o tempo que lhe é devido, e passando as duas grandes mensagens: 1) está no jogo disputando a presidência 2) não é uma ambientalista monotemática, mas uma estadista em florescimento.

Recado

Poupem-me do argumento de que o programa de ontem era apenas um teaser, e que o fato de Marina não aparecer era uma forma de potencializar sua presença futura. O primeiro programa tem um papel todo especial na campanha. Baliza paradigmas. Define papéis. Por outro lado, o programa eleitoral não é uma telenovela que as pessoas sigam. É, em termos televisivos, um espaço “sujo” de escassa atenção. Por melhor que seja a qualidade do programa –o de João Santana é muito bom—termina por rapidamente encher o saco.


Ninguém acompanha o programa eleitoral como uma telenovela, ou mesmo um Casseta & Planeta piorado. Mesmo quem assiste todo dia tem níveis de atenção baixos prestando atenção só episódica e momentaneamente àquela enxurrada de imagens de escancarada propaganda, fora dos tempos de publicidade, aos quais estamos acostumados, spots de 30 e 15 segundos.

Cada programa deve ser visto como um espécime único e auto-explicativo. Quem tem mais tempo, ou nos programas partidários anuais, é preciso conceber um programas de vários programetes menores, com começo, meio e fim, para dar, no fugaz momento de atenção dos desatentos, aquela noção resumida do que é a nossa mensagem principal.
As pessoas com as quais converso, de todos os segmentos sociais, em geral, me dizem ter assistido a, no máximo, a uns 3 ou 4 programas ao longo de uma campanha. Muita gente diz que assistiu apenas um. Na era da TV por assinatura, que serve a um grande contingente de classes A e B, o programa eleitoral em TV aberta pega basicamente da classe C para baixo. 


O que deve ter acontecido com nosso programa ontem? A grande maioria nem notou passar. Quem notou viu geleiras em derretimento, chaminés industriais e lixo plástico, com uma narração em off de Marina, que pouquíssima gente identificou, a não ser quando ela, ao final apareceu e desapareceu em 4 segundos, seguida de um nostálgico comunista. Last but not least: Um teaser para funcionar tem que ter massa crítica de repetição. Nesse caso a repetição poderia ser fatal. Depois do debate da UOL, no entanto, tudo são flores novamente e vamos seguindo serelepes pela montanha russo da campanha eleitoral presidencial, ou não.

Um comentário: