08/06/2010

Novas misões

 Na quinta-feira estarei oficialmente deixando de ser o coordenador nacional da pré-campanha de Marina Silva à presidência e passarei a ser o coordenador de sua campanha no Rio de Janeiro. No sábado estarei anunciando minha candidatura a deputado federal pelo Rio.

 Estou realizado com o trabalho que pude desenvolver nesse período entre outubro de 2009 e junho de 2010 na coordenação da pré campanha.  Neste período a intenção de voto de Marina passou de 3% a 12% e ela se consolidou no cenário política como um dos três principais candidatos. Não conseguimos quebrar totalmente o cacoete plebiscitário de boa parte da mídia mas certamente Marina tem um status diferenciado e está claramente na disputa diferente das duas candidaturas presidenciais anteriores do PV, a minha, em 1998 e a de Gabeira, em 1989, que serviram para marcar posição e fazer conhecer as idéias dos verdes. Marina é claramente uma presidenciável. Ela pode ganhar. O fato do PV ter atingido esse novo patamar se deve a   essa pessoa extraordinária com sua história de vida e personalidade que faz dela uma das mais  expressivas lideranças de todo o planeta, não apenas do Brasil.

 Meu trabalho nesse período consistiu em ajudar a abrir caminhos, traçar estratégias e definir rumos políticos. Tivermos alguns grandes momentos. A manifestação do Brasil no Clima, no Rio. O dia da filiação no Rosa Rosarum, em São Paulo, na COP 15, em Copenhagen,  quando quebramos o bloqueio de mídia que sofríamos e Marina  acabou dando o tom do Brasil, os dois programas de TV do Partido Verde e as inserções que a tornaram mais conhecida do grande público, a mágica pré convencão, na baixada fluminense,  e o Dia da Terra, em Washington,  quando Marina eletrizou platéias internacionais.

 Continuarei tendo na campanha de Marina Silva minha principal missão e vou assumir sua coordenação no Rio de Janeiro o  estado onde ela tem seu maior percentual de intenções de voto depois do Acre. Continuarei participando uma vez por semana de reuniões da coordenação nacional da campanha, em SP.

 Por outro lado vou me dedicar também a minha candidatura a deputado federal pelo Rio de Janeiro. Com a candidatura de Gabeira ao governo do estado os verdes precisam manter e ampliar sua bancada no Congresso Nacional. Com 43 anos de militância política, 22 de política institucional, quatro mandatos de vereador uma ampla experiência no executivo municipal, estou me sentindo bem preparado para essa nova tarefa e motivado sobretudo pelo que ela poderá oferecer de perspectivas para ajudar o Rio nessa fase histórica interessante que nos é dado viver.

  Estou muito confiante no potencial da candidatura de Marina e nas perspectivas dos verdes nessas eleições e no período que se abrirá a seguir. Nossa hora e nossa vez estão chegando. O fato de Marina nessa fase já estar com 12%  e ter sido reconhecida pela mídia, pelo mundo político e pelo grande público como um dos três na disputa é um bom ponto de partida. Na verdade 95% da população ainda não entrou num clima de campanha. O voto se forma num processo de “contaminação” a partir do momento em que a eleição “pega” no interesse das pessoas no trabalho, no ônibus, no táxi, na mesa de jantar da família e, até, no papos entre namorados. É um momento mágico em que uma população altamente indiferente à política vive seu instante político. Formadores de opinião espontâneos vão assimilando as mensagens e imagens que as campanhas passam, processando-as e “fazendo a cabeça” de um círculo de pessoas menos politizadas a sua volta. Ainda estamos longe desse momento. A cada eleição ese momento vem se dando mais tarde e concentrando-se cada vez mais nos últimos dias. Penso que esse momento de “viver as eleições” por parte da grande massa do eleitorado comecará  a sério uns 15 dias depois do início do programa eleitoral, no dia 17 de agosto, ou seja, na primeira semana de setembro. Até então as pesquisas refletem uma opinião fria, fora dessa dinâmica do processo eleitoral.

 As duas grandes perguntas esse ano são: a capacidade de “transferência” de Lula manter-se-á ou em algum momento o (a) eleitor (a) vai olhar os(as) candidatos(as) procurando vê-lo (a) personificado na função presidencial? O eleitorado vai aceitar o plebiscito que querem impor entre o continuísmo lulista puro e duro acenando para uma inevitável decadência --alguém acha que Dilma poderá ser melhor, ir além de Lula, ou fatalmente ficará aquém?--  e a volta dos tucanos?

 Se ocorrer do olhar do eleitor voltar-se mais para quem de fato será o (a) presidente e encarar a continuidade da história brasileira como um pós Lula (e pós FHC), daqui para melhor, aí Marina terá sua chance com a estrela, o carisma, a tenacidade e charme que Deus lhe deu. Pois ela é mais que nunca a cara do Brasil.

Instantâneos da pré campanha:







 


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