11/03/2018

Reforçar ambientalismo no Congresso

 
Metaforicamente falando...
A composição do Congresso Nacional só faz piorar a cada legislatura, desde a Constituinte. Isso ocorre de forma palpável na área ambiental e salvo o Zequinha Sarney --que vai voltar à Câmara, em abril-- e sempre teve uma atuação ambiental impecável, praticamente não há mais ambientalistas com alta capacidade de articulação. Há parlamentares da esquerda com aquela dimensão do protesto e outros, da política tradicional, que  apoiam pontualmente a causa em algumas questões mas essa não é sua prioridade. Não são poucos: há mais ou menos uns 200 na Frente Parlamentar Ambientalista. 

Hoje há uma guerra assimétrica. O setor mais "porradeiro", destrutivo, dos ruralistas tem considerável capacidade de mobilização parlamentar. Nós temos pouca força parlamentar mas grande  capacidade de pressão sobre o governo, de fora para dentro, sempre que mídia dá bom destaque, os formadores de opinião se mobilizam e o escalão técnico, concursado, do governo se mexe nos bastidores. 

Foi possível assim derrotar a ofensiva contra a Floresta do Jamanxin, a Renca e outros tentativas recentes. Perdemos na questão da prorrogação até 2040 do Repetro, o subsídio ao à indústria do petróleo  mas não houve uma grande mobilização externa porque a grande imprensa foi a favor e tratou-se de uma prorrogação (piorada) de um subsídio já existente. 

A ala mais destrutiva dos ruralistas não representa os interesses do moderno agrobusiness brasileiro. Esse já percebeu a ameaça que lhe traz o desmatamento e a mudança climática. Esses personagens, mais agressivos, empenhados no retrocesso ambiental representam grileiros, garimpeiros e pecuaristas atrasados que lhes conseguem uns votinhos na rua região. Representam interesses imediatistas de seus  cabos eleitorais.

Inventam coisas grotescas como essa de querer liberar a Amazônia para o plantio de cana. Querem ferrar com o etanol brasileiro no mercado internacional? Passamos anos convencendo o mundo que o etanol brasileiro vinha de regiões onde não ameaçava a floresta!

Por isso é  importante eleger novos ambientalistas nas próximas eleições. Definitivamente não serei candidato mas irei contribuir para a formação de uma nova geração de  parlamentares ambientalistas. Minha grande prioridade é ajudar a formar novas lideranças. Venho dando uns cursos com a RAPS e meu think tank, Centro Brasil no Clima.  O objetivo é formar uma nova bancada parlamentar ambientalista de "milenials" que saiba brigar, formular e também negociar. Vamos ver se conseguimos agora em 2018.

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