18/10/2013

Reforma Política mais uma oportunidade perdida


 Na quinta-feira passada o grupo de trabalho para a reforma política presidido pelo deputado Cândido Vacarezza enterrou minha proposta de sistema eleitoral misto. Ela chegou a ser a mais votada numa das preliminares mas, ao cabo de um processo meio complicado, acabou derrotada no turno final pela proposta do deputado Marcos Pestana, do PSDB.

 Minha proposta de voto distrital misto acabou enterrada numa curiosa aliança entre o PT e os tucanos. Foi algo meio incompreensível na medida em que a proposta que eu defendia contemplava parcialmente (em 50%)  o voto por lista defendido pelo PT que acabou no entanto preferindo a proposta de Pestana.

 Esta é basicamente o sistema proporcional personalizado atual –para mim a uma das  raízes dos males da política brasileira--  só que subdividido em grandes distritos. Isso melhora as condições de campanha para a média dos políticos: barateia e regionaliza mas mantêm alguns dos grandes males: continuaremos a ter gente eleita com menos votos que outros não-eleitos e a política continuará a ser um jogo hiperpersonalista.

 Perdeu-se a oportunidade de operar uma mudança mais profunda que iria fortalecer e decantar os partidos, por um lado, e consagrar quem de fato tem voto, por outro. Optou-se por um sistema que preserva boa parte dos problemas do atual mas que nas palavras do seu proponente: “teria mais condições de passar pelo baixo-clero”.

 Entendo as razões do deputado Pestana que é um parlamentar sério e correto. Essa proposta é parecida com a que havia apresentado anteriormente o deputado Mendes Thamen, outro tucano de boa linhagem. O surpreendente, no entanto é a posição do PT. Da pra desconfiar que há algo mais no ar do que simples aviões de carreira. Votarem contra algo que se aproxima mais de suas posições para votar numa proposta dos tucanos é no mínimo curioso. Por que será? 

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