Na quinta-feira passada o grupo de trabalho
para a reforma política presidido pelo deputado Cândido Vacarezza enterrou
minha proposta de sistema eleitoral misto. Ela chegou a ser a mais votada numa
das preliminares mas, ao cabo de um processo meio complicado, acabou derrotada
no turno final pela proposta do deputado Marcos Pestana, do PSDB.
Minha proposta de voto distrital misto acabou
enterrada numa curiosa aliança entre o PT e os tucanos. Foi algo meio incompreensível
na medida em que a proposta que eu defendia contemplava parcialmente (em
50%) o voto por lista defendido pelo PT
que acabou no entanto preferindo a proposta de Pestana.
Esta é basicamente o sistema proporcional
personalizado atual –para mim a uma das
raízes dos males da política brasileira-- só que subdividido em grandes distritos. Isso
melhora as condições de campanha para a média dos políticos: barateia e regionaliza
mas mantêm alguns dos grandes males: continuaremos a ter gente eleita com menos
votos que outros não-eleitos e a política continuará a ser um jogo
hiperpersonalista.
Perdeu-se a oportunidade de operar uma mudança
mais profunda que iria fortalecer e decantar os partidos, por um lado, e
consagrar quem de fato tem voto, por outro. Optou-se por um sistema que
preserva boa parte dos problemas do atual mas que nas palavras do seu
proponente: “teria mais condições de passar pelo baixo-clero”.
Entendo
as razões do deputado Pestana que é um parlamentar sério e correto. Essa
proposta é parecida com a que havia apresentado anteriormente o deputado Mendes
Thamen, outro tucano de boa linhagem. O surpreendente, no entanto é a posição
do PT. Da pra desconfiar que há algo mais no ar do que simples aviões de
carreira. Votarem contra algo que se aproxima mais de suas posições para votar
numa proposta dos tucanos é no mínimo curioso. Por que será?
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