Uma gentileza do prefeito eleito Eduardo
Paes provocou um alvoroço na mídia e
cenas de infantilidade explicita dentro do PV. Na sua primeira entrevista pós
eleições e na condição de prefeito eleito no primeiro turno mais votado do
país, Paes, como manda o figurino do político habilidoso, distribuiu gentilezas
para com seus adversários: elogiou praticamente a todos, inclusive Freixo. No caso do PV fez uma
menção elogiosa a Gabeira, Aspásia e a mim. A referencia suscitou
um factóide de tipo especulativo como a imprensa gosta e de certa forma precisa fazer para que o show continue.
Quem tivesse lido com um mínimo de atenção a matéria em O
Globo notaria que não havia ali convite algum para uma eventual participação do
PV na prefeitura. Mas a simples menção elogiosa da parte do vencedor, jeitoso, provocou
internamente ao PV-RJ um enorme reboliço e levou à uma recusa, indignada de um convite não formulado em antecipação a
uma reunião que não ocorreu...
A continuar assim vamos ter uma lavação de
roupa suja de fazer gosto --também tenho
aqui uma pilha de cuecas, sungas e calcinhas respeitável para lavar, se for o caso-- e o processo de desmantelamento e implosão
corre o risco de continuar e se agravar.
Pior que a derrota eleitoral --normal em política e que deve ser assimilada
e vivenciada com dignidade-- é o
ridículo. E do ridículo a volta é muito mais tortuosa quando não impossível.
A historiadora Barbara Tuchman escreveu uma
obra admirável denominada The March of
Folly, (A Marcha da Insensatez) na qual narra uma série de tragédias históricas
provocadas por um tipo de pulsão suicida na política que vem associada à
soberba e à vaidade que leva a linhas de ação diretamente contrárias ao interesse próprio. Tudo que aconteceu com o PV depois de 2010 cabe como uma
luva na narrativa de Tuchman. De fato, precisamos de uma pausa para reflexão.
Muita calma nessa hora.
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