10/10/2012

Muita calma nessa hora


 Uma gentileza do prefeito eleito Eduardo Paes  provocou um alvoroço na mídia e cenas de infantilidade explicita dentro do PV. Na sua primeira entrevista pós eleições e na condição de prefeito eleito no primeiro turno mais votado do país, Paes, como manda o figurino do político habilidoso,  distribuiu gentilezas para com seus adversários: elogiou praticamente a todos, inclusive Freixo. No caso do PV fez uma menção elogiosa a Gabeira, Aspásia e a mim. A referencia suscitou um factóide de tipo especulativo como a imprensa gosta e de certa forma precisa fazer para que o show continue. 

  Quem tivesse lido com um mínimo de atenção a matéria em O Globo notaria que não havia ali convite algum para uma eventual participação do PV na prefeitura. Mas a simples menção elogiosa da parte do vencedor, jeitoso,  provocou internamente ao PV-RJ um enorme reboliço e levou à uma recusa, indignada de um convite não formulado em antecipação a uma reunião que não ocorreu...

 A continuar assim vamos ter uma lavação de roupa suja de fazer gosto  --também tenho aqui uma pilha de cuecas, sungas e calcinhas respeitável para lavar, se for o caso--  e o processo de desmantelamento e implosão corre o risco de continuar e se agravar.  Pior que a derrota eleitoral --normal em política e que deve ser assimilada e vivenciada com dignidade--   é o ridículo. E do ridículo a volta é muito mais tortuosa quando não impossível.

 A historiadora Barbara Tuchman escreveu uma obra admirável denominada The March of Folly, (A Marcha da Insensatez) na qual narra uma série de tragédias históricas provocadas por um tipo de pulsão suicida na política que vem associada à soberba e à vaidade que leva a linhas de ação diretamente contrárias ao interesse  próprio. Tudo que aconteceu com o PV depois de 2010  cabe como uma luva na narrativa de Tuchman. De fato, precisamos de uma pausa para reflexão.

 Muita calma nessa hora.

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