05/01/2012

Enchentes e o caminho da adaptação

A ameaça de novas enchentes depois do trauma de janeiro de 2011 na região serrana do Rio paira sobre nós de forma assustadora. Friburgo voltou a inundar e muito pouco foi feito para adaptar a região serrana e outras áreas do estado do Rio e do Brasil para situações que vão tornar-se cada vez mais frequentes como resultado do aquecimento global. A roubalheira de verbas destinadas a recuperação das áreas atingidas em 2011 foi simplesmente caricatural e vai pairar como um espectro sobre a região serrana, sobretudo na hora de eleger novos prefeitos e vereadores em outubro.

No mais é preciso arregaçar as mangas lidar com o problema nas múltiplas esferas em que se dá: 1 - um sistema local de alerta integrado com o regional e o nacional, a elaboração de planos de contingência para evacuação, com periódicos exercícios de evacuação e a criação de uma cultura de defesa civil que não temos, ao contrário de países sismicamente instáveis, mas que precisamos adquirir. 2 – reconstrução do tecido urbano com reassentamento de populações em áreas de risco, criação de bacias de acumulação às margens dos rios, reflorestamento das APP de matas ciliares e encostas e mudanças no zoneamento urbano na previsão de futuras situações.

Ao lado da mitigação –a redução de emissões de gases de efeito estufa(GEE)-- a adaptação é o segundo grande pilar frente ao aquecimento global. A equação é de uma simplicidade assustadora: desde o início da era industrial a temperatura média do planeta já aumento 0,8% graus centígrados e os resultados já estamos assistindo e vivenciando. Na melhor das hipóteses num cenário otimista extremado esse aumento ficara limitado a 2 graus centígrados. No momento a tendência aponta para um aumento muito maior, da ordem de 4 a 5 graus, mesmo sem considerar os riscos exponenciais que a ciência já detectou –emissões de metano provenientes do derretimento do Ártico e do aquecimento dos oceanos-- mas cujo impacto final ainda não conseguiu avaliar. A adaptação a fenômenos climáticos extremos portanto será inevitável e cada vez mais apurada.

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