28/09/2019

Jogada política.



Simplesmente não acredito na “confissão” do ex-procurador geral da república Rodrigo Janot de que adentrou armado o STF e quase assassinou o ministro Gilmar Mendes para depois  se suicidar.  razão alegada, o fato do ministro ter feito alusão o fato se sua filha advogar para uma empreiteira envolvida na Lava-jato em resposta a acusação similar do Janot a sua própria é um “móvel do crime” digno de riso, não tem a menor credibilidade. 

Acho que ele mente descaradamente. Inventou o episódio –impossível de provar ou  desmentir--   com um duplo objetivo: promover seu livro, agora um best seller assegurado e se lançar politicamente numa eleição futura buscando assim dar o salto de banda do petismo/dilmismo que foi o seu, por todo um período, para o bolsonarismo/olavismo. 

 Janto busca agora o público das redes sociais e trolls  bolsionaristas e moristas para as quais o Gilmar é o inimigo público número um e que sonham com o fechamento do STF por um cabo e um soldado como já disse o 03.

 No minha época de deputado federal, Janot tentou cassar meu mandato por "infidelidade partidária" quando fui obrigado a sair do PV, em 2013, depois que o dono do partido José Luiz Penna mandou recado dizendo que eu não mais teria legenda (no partido que fundei e presidi por oito anos) par me recandidatar no ano seguinte. 

 Obrigado, segui  Marina Silva na sua filiação ao PSB, a contragosto. Acabei não me recandidatando que qualquer modo no ano seguinte porque não quis continuar deputado nem atuando na política partidária. 

Quanto ao processo, ganhei no STF, sem problemas mas fiquei claramente com a imagem de que naquela época Janot e a sua equipe serviam politicamente a Dilma e que aquilo foi uma forma indireta de tentar enfraquecer Marina.

 São tudo águas passadas. Veio a Lava Jato e o Janot se reposicionou como um Torquemada anti-corrupção . O episódio do grampo da JBS e da delação sumamente leniente  --e provavelmente  mentirosa, em muitos episódios, dos irmãos milhardários,  beneficiários  de crédito subsidiado e mega -desmatadores é agora bem conhecida. 

Politicamente Janot e a grande mídia que lhe deu cobertura total desmoralizaram a instituição presidencial e criaram o clima de esculhambocracia que resultou  na eleição de um esculhambocrata. 

 Embora auxiliares seus tenham sido flagrados fazendo jogo duplo e manipulando delações a serviço da JBS, por um lado, e da sua autopromoção, por outro, Janot saiu como uma espécie de herói de uma parte da mídia, o intrépido home das "flechadas". 

Agora, volta reciclado e deve tentar sua sorte política na extrema-direita do tabuleiro como o “homem que tentou matar o facínora Gilmar” o juiz mais odiado porque, não obstante alguns defeitos e erros vem sendo, digo isso com as letras: um dos poucos baluartes de defesa do que resta de Estado de Direito nesse grande país do faz-de-conta.



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