25/10/2011

Baixo Carbono em Dalian




Em Dalian, a cidade chinesa que busca a vocação de sediar grandes eventos econômicos e ambientais

“O Low Carbon Earth Summit” (Cúpula Mundial do Baixo Carbono) é um evento em escala chinesa: mais de um milhar de convidados e cerca de 120 sessões, durante uma semana sobre todos o temas imagináveis envolvendo economia de baixa emissão de gases de efeito estufa (GEE) de algas a células fotovoltaicas passando por planejamento urbano e os contras e prós de usinas nucleares. Tem sido um encontro técnico: cientistas, acadêmicos, especialistas nas mais diferentes disciplinas. Até onde consegui identificar juntamente com o ex-ministro a defesa alemão e antigo líder do SPD, Rudoph Scharping, sou o único político convidado. Parece um homenagem aos dois grandes parceiros econômicos da China: Alemanha e Brasil. Porque eu, especificamente? Não saberia dizer... De qualquer jeito venho recebendo um tratamento VIP para ninguém botar defeito.

No primeiro dia dei uma palestra sobre os impasses das negociações do clima a partir do fracasso da COP-15, em 2009, em Copenhagen e apresentei minhas propostas: todos os países, inclusive os emergentes, devem reduzir suas emissões, os países desenvolvidos responsáveis por 70% das emissões históricas acumuladas na atmosfera devem paga a conta de uma transição para um mundo de baixo carbono, na proporção e devemos criar, por iniciativa da presidenta Dilma Rousseff, durante da Rio + 20 o G-Clima, uma instância reunindo os países maiores emissores e alguns particularmente vulneráveis, cerca de 20, para uma instância informal de diálogo e negociação que apóie e facilite o processo da ONU que depende do consenso de 193 países. Em dezembro de 2012 terminará a primeira fase do Acordo de Kyoto e o risco de um retrocesso não pode ser descartado.

Gosto de participar de encontros internacionais de meio-ambiente e urbanismo predominantemente técnico-científicos como esse porque é uma forma de se manter atualizado sobre o que acontece de novo em todo o mundo. Apreende-se muito nessas ocasiões. Venho me concentrando principalmente o papel das cidades na redução das emissões de GEE e na sua adaptação ao aquecimento global e em energias limpas como o solar em relação ao qual os chineses assumiram uma liderança indiscutível barateando espetacularmente o preço das células fotovoltaicas de silício.

Imensas coisas a aprender num evento de escala verdadeiramente chinesa, numa cidade que disputa com outras a vocação de sediar grandes eventos. Dalian tem três milhões de habitantes, sua região metropolitana o dobro. Aqui é considerada uma cidade de médio porte. Foi ocupada por ingleses, russos e japoneses e sua arquitetura reflete essa história. É um porto e uma cidade industrial que vem tentando assumir novas vocações e lidar com seus sérios problemas de poluição.

Na China, no que pese o estritos controle do PCC, as regiões –e o partido localmente— tem bastante autonomia e competem fortemente com outras regiões. Dalian busca justamente esse status de cidade de eventos internacionais e não mede esforços. Possui um enorme centro de convenções numa área de parque e de lazer junto ao mar que forma um espaço público bastante impressionante.

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