Marina deixou uma forte marca em Washington, não só junto às dezenas de milhares de pessoas que ouviram seu discurso no National Mall, como dentro da administração Obama. Uma percepção do novo na AL
A viagem de Marina Silva, para discursar no quadragésimo aniversário do Eath Day, durou apenas um final de semana, mas foi o suficiente para chamar a atenção sobre ela, enquanto uma séria candidata às eleições presidenciais brasileiras, em Outubro.
Três fatos formaram o pano de fundo da visita a favor de Marina. A renúncia forçada de Ciro Gomes, a matéria sobre ela no The Economist e, as notícias da impressionante progressão do candidato dos verdes colombianos, Antanas Mokus, às eleições presidenciais de 30 de maio.
Ao aceitarmos o convite para o discurso do Dia da Terra e acomodarmos a complicada agenda de Marina para passar dois dias e meio em Washington, pensávamos sobretudo em criar um fato político internacional que ensejasse uma forte repercussão no Brasil. Isso foi alcançado. O discurso de Marina para dezenas de milhares de pessoas no Washington Mall foi noticiado pela TV brasileira, num de seus programas de maior audiência, o Fantástico da Rede Globo.
Menos esperado, mas auspicioso, foi um desdobramento de grande importância, a médio e longo prazo: o início de uma interlocução com a administração de Barack Obama. Foi uma surpresa para nós sermos recebidos num prazo tão apertado de tempo por duas das mais importantes integrantes do governo: a chefe da EPA, a agência de proteção ambiental norte-americana, Lisa Jackson, que tem status de ministra, e a segunda de Hillary Clinton, no departamento de estado, Maria Otero.
Não foram simplesmente contatos formais, “diplomáticos”, mas o início de um processo de interlocução básico sobre temas vitais: clima, tecnologias limpas, etanol brasileiro e política externa. O objetivo de uma garantia de tratamento igual, ao que eventualmente seja dado a Serra e Dilma, foi alcançado.
No âmbito subjetivo, foram contatos extremamente respeitosos e calorosos, e Marina me comentava o contraste que sentiu entre seu contato anterior no departamento de Estado com a antecessora de Otero, Paula Dobriansky, na época de Bush, que tentava dar sermão em Marina. Maria Otero foi atenciosa, interessada e falou o tempo todo em português, que domina muito bem.
Na relação com os EUA, existe de fato uma grande diferença entre a nossa postura e a do governo Lula. Nós torcemos e apostamos no sucesso de Obama. Seria trágico que não acontecesse, pois a louca cavalgada dos republicanos rumo à posições cada vez mais de extrema-direita são uma ameaça séria à humanidade, na questão do clima, da imigração e da segurança planetária. Obama, com todasas suas dificuldades, continua sendo uma grande esperança, na nossa visão. Já, o governo Lula assume uma postura totalmente hostil de um anti-americanismo anacrônico primário e uma grande cumplicidade com Ahamadinejad, Chaves e a ditadura dos irmãos Castro. Curiosamente, Lula parecia sentir-se mais a vontade com George Bush do que com Obama. E temos aquela velha análise de setores do Itamarati, de que “os republicanos são melhores para o Brasil”, num tacanho reducionismo do que de fato importa.
Um novo pólo está surgindo nesse momento na América Latina, cujo eixo será, inicialmente, Brasil, Colômbia (com Antanas Mokus) e Costa Rica. Um pólo de esquerda democrática, moderna, ecológica e sustentável. Quem viver, verá.
Três fatos formaram o pano de fundo da visita a favor de Marina. A renúncia forçada de Ciro Gomes, a matéria sobre ela no The Economist e, as notícias da impressionante progressão do candidato dos verdes colombianos, Antanas Mokus, às eleições presidenciais de 30 de maio.
Ao aceitarmos o convite para o discurso do Dia da Terra e acomodarmos a complicada agenda de Marina para passar dois dias e meio em Washington, pensávamos sobretudo em criar um fato político internacional que ensejasse uma forte repercussão no Brasil. Isso foi alcançado. O discurso de Marina para dezenas de milhares de pessoas no Washington Mall foi noticiado pela TV brasileira, num de seus programas de maior audiência, o Fantástico da Rede Globo.
Menos esperado, mas auspicioso, foi um desdobramento de grande importância, a médio e longo prazo: o início de uma interlocução com a administração de Barack Obama. Foi uma surpresa para nós sermos recebidos num prazo tão apertado de tempo por duas das mais importantes integrantes do governo: a chefe da EPA, a agência de proteção ambiental norte-americana, Lisa Jackson, que tem status de ministra, e a segunda de Hillary Clinton, no departamento de estado, Maria Otero.
Não foram simplesmente contatos formais, “diplomáticos”, mas o início de um processo de interlocução básico sobre temas vitais: clima, tecnologias limpas, etanol brasileiro e política externa. O objetivo de uma garantia de tratamento igual, ao que eventualmente seja dado a Serra e Dilma, foi alcançado.
No âmbito subjetivo, foram contatos extremamente respeitosos e calorosos, e Marina me comentava o contraste que sentiu entre seu contato anterior no departamento de Estado com a antecessora de Otero, Paula Dobriansky, na época de Bush, que tentava dar sermão em Marina. Maria Otero foi atenciosa, interessada e falou o tempo todo em português, que domina muito bem.
Na relação com os EUA, existe de fato uma grande diferença entre a nossa postura e a do governo Lula. Nós torcemos e apostamos no sucesso de Obama. Seria trágico que não acontecesse, pois a louca cavalgada dos republicanos rumo à posições cada vez mais de extrema-direita são uma ameaça séria à humanidade, na questão do clima, da imigração e da segurança planetária. Obama, com todasas suas dificuldades, continua sendo uma grande esperança, na nossa visão. Já, o governo Lula assume uma postura totalmente hostil de um anti-americanismo anacrônico primário e uma grande cumplicidade com Ahamadinejad, Chaves e a ditadura dos irmãos Castro. Curiosamente, Lula parecia sentir-se mais a vontade com George Bush do que com Obama. E temos aquela velha análise de setores do Itamarati, de que “os republicanos são melhores para o Brasil”, num tacanho reducionismo do que de fato importa.
Um novo pólo está surgindo nesse momento na América Latina, cujo eixo será, inicialmente, Brasil, Colômbia (com Antanas Mokus) e Costa Rica. Um pólo de esquerda democrática, moderna, ecológica e sustentável. Quem viver, verá.
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