10/04/2019

Moçambique, ciclovia e volta da SMAC

Há quem queira sair do Acordo de Paris, o mínimo denominador comum da humanidade diante do agravamento da mudança climática. É um ponto de partida, se todas as suas NDC forem religiosamente cumpridas pelos diversos países ainda ficamos numa trajetória de 3 graus o que promete consequências catastróficas,  no tempo de vida de nossos filhos e netos.

Com apenas  1 grau de aumento já tivemos hecatombes, como há pouco tempo, em Moçambique,  onde um tornado gigante fez mar invadir grande parte do litoral atingindo mais de 2 milhões de pessoas, que perderam tudo,  além dos milhares de mortos.

 Aqui no Rio tivemos essa semana repetidas enchentes, já fora de época,  mostrando a deficiência da adaptação à mudança do clima. Não basta ter um bom sistema de alerta, tem que haver plano de contingência, por bairro,  e uma preparação anterior da população para fazer frente a elas que se tornarão mais frequentes e violentas. 

 Em países vulneráveis a furacões e terremotos como o Japão há toda uma cultura de defesa civil, preventiva, treinamentos anuais etc... É uma cultura que vai preciso se construída e disseminada, a partir das escolas.  

 Aqui o prefeito se defende dizendo que tinha 20 funcionários na rua para fazer frente ao alerta que funcionou. Pois é... Tivemos enchentes com mais vítimas e 67,88,96, o número de vítimas foi reduzido por contenções geotécnicas,  reflorestamento por mutirão remunerado, pelo qual fui responsável, quando secretário de meio ambiente do Rio e  outras ações. Mas falta fazer muito mais e considerar seriamente  a adaptação à mudança do clima.

A CICLOVIA MAL BOLADA

Por exemplo, ao se fazer a ciclovia da Av Niemayer deveria ter se entrado com  variáveis climáticas.  O projeto era completamente inadequado. Fui responsável pela implantação do projeto das Ciclovias Cariocas. A rede cicloviária carioca que construimos é a maior do Brasil.

 Não quiseram me ouvir em relação a da Av Niemayer que, em si, a princípio,  era uma bela ideia.  Adverti o tempo todo que aquele projeto, daquela forma, ia dar merda. Além de muito exposto ele acabou com a vista de quem passa pela Av Niemayer uma das mais lindas do Rio. 

 Havia duas maneira inteligentes --um pouco mais caras--  de fazer aquela obra direito:   ou talha-la no costão e depois protegê-la por uma estrutura tubular, ou alargando a Av Niemayer com uma pista a mais,  concretada no costão, um metro e meio abaixo para preservar a vista. 

 O imbecis que conceberam  a obra e nunca tinha feito uma ciclovia na vida e decidiram faze-la solta sobre pilotis, Não previram sequer um impacto do mar de baixo para cima, numa ressaca. Nem   desabamentos provenientes do morro do Vidigal  ou uma tempestade tão forte quanto essa recente contra uma frágil estrutura entre o rochedo e o mar. Fizeram uma obra as pressas, “nas coxas”.

 A “escolha de Sofia”, é agora acabar com ela ou gastar uma fortuna refazendo-a dentro de uma das duas técnicas que menciono, se tiverem um pingo de juízo e vergonha na cara.


 A VOLTA DA SMAC

Outra para concluir:  prefeito reviu um erro terrível que eu aqui denunciei, com enorme tristeza,  que foi acabar com a secretaria de mei0 ambiente que estruturei, em 1993.   Não me iludo, for por razões meramente políticas --alargar a base para fugir do impeachment--  mas não deixa de ser uma boa noticia. 

A SMAC volta a existir e lá ainda restam servidores da melhor qualidade aos quais mando um enorme abraço. Amo vocês para sempre!

Nenhum comentário:

Postar um comentário