11/08/2010

Marina no JN

Cá entre nós: Marina matou a pau! Foi firme, charmosa e clara na propostas. Bonner & Bernardes foram os primeiros a reconhecer e cumprimentar à saída. O William ainda disse, no “aquário” da redação à saída: "sua candidatura é muito boa para o Brasil."

Alguns companheiros reclamaram do tom do entrevistador (Fátima foi mais light) mas, vamos entender que são dois grande profissionais do jornalismo televisivo e estão no papel deles. Estão dando o mesmo tratamento duro para todos os entrevistados. Foram duríssimos com a Dilma, duros com a Marina e o Serra certamente não vai ter colher-de-chá. Jornalismo é isso e, de uma maneira geral, penso que a TV Globo vem sendo exemplar na cobertura dessa campanha. Em matéria de agressividade quem achou o Bonner pauleira nunca assistiu o Hardtalk da BBC, com Tim Sebastien...

Dito isso, quero comentar a pergunta mais insistente do Bonner relacionada com o mensalão e a reação de Marina. A pergunta é legítima. É claro que causa desconforto e a Marina admitiu que ficou chocada, tentou agir internamente ao PT e que a imprensa não necessariamente registrou esse fato.

Poderia inclusive ter ido mais longe e colocado a coisa em seu devido contexto. Era ministra de um governo no qual acreditava atuando numa área importantíssima iniciando um trabalho que hoje o mundo todo reconhece como o primeiro grande passo para reduzir o desmatamento da Amazônia. Estoura um escândalo no qual seu partido é exposto, pagando um “mensalão” nos moldes que infelizmente são comuns em diversas assembléias legislativas e câmaras de vereadores de todo o país.

Não é papel de uma ministra assumir a primeira linha da denúncia e sair metendo o sarrafo no próprio governo a não ser que sua perspectiva política não seja transformar a realidade na esfera de poder ao seu alcance mas, ficar “marcando posição” e projetando sua própria imagem como campeã da ética. Isso é marca do undenismo de esquerda, que tem no Plínio um bom expoente. Se ela fosse naquele momento a senadora em exercício de seu mandato seria diferente, pois teria que se posicionar sobre algo praticado sob os narizes dos deputados do PT.

Quando o Plínio a acusa de mentir (dizer “inverdades”, dá no mesmo) está fazendo esse jogo. Mas mente, de fato, ele próprio, quando diz que Marina saiu do governo apenas quando decidiu se candidatar à presidência. Sou testemunha direta no caso. Marina saiu em 2008. Começou a ser sondada e “cantada” pelo PV para ser candidata no final do ano seguinte, 2009. Bem sei porque fui o autor do convite.

Para encerrar o assunto Plínio, em relação ao qual não pretendo mais tecer comentários, quero registrar que a menção que fiz a ele morar num apartamento de um milhão baseou-se numa declaração publicada no jornal Estado de São Paulo. Ele a desmentiu e afirmou que reside numa casa alugada. Na notícia de O Globo, que dá essa informação, também consta que declarou no TSE renda de R$ 2.1 milhões.

Nada tenho contra ricos honestos e certamente considero o Plínio uma pessoa honesta. Se coloquei essa questão foi para confrontá-lo com a atitude que constumeiramente assumem seus partidários em relação aos ricos, em geral. Ou seja, olhei-o pelos seus (não pelos meus) óculos ideológicos, para que ele sentisse o gostinho. Certamente o PSTU e o PCO vão patrulhá-lo por isso mas, não o PV. Ali, foi um troco por ter chamado Marina de “ecocapitalista” ,naquele tom patrulheiro típico da extrema-esquerda. Resolvi pautar os que estão a sua (dele) esquerda para ele ver o que é bom para tosse.

No mais, prefiro discutir se existe o “ecossocialismo”, ou se essa discussão toda já não ruiu há mais de década, junto com o muro de Berlim. O capitalismo é uma selva e o socialismo foi uma imensa prisão da qual resta, em estado puro, apenas o calabouço miserável do companheiro Kim Sung Il. O dos hermanos Castro é um país de economia mista, com um setor turístico controlado pelo capital estrangeiro, que mantêm praias exclusivas que o cidadão cubano simples não pode freqüentar. Temos ainda no mundo algumas ditaduras dos respectivos partidos comunistas mas, não são mais “socialistas”, pelo menos dentro da idéia que tínhamos no passado de propriedade coletiva (na verdade estatal) dos meios de produção e serviços. Urge um choque de realidade.

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