Me lembro bem de um momento naquele (de fato
chatíssimo) debate da Band. Foi quando o
Marcelo Freixo com aquele olhar de tudo-vai-mal disse que o nível do ensino do
município do Rio de Janeiro, pelo Enem era o pior das capitais do Brasil.
Depois recolocou dizendo que nosso IDEB era o pior da capitais da região ficando a frente
apenas do norte e nordeste. Afinal, hoje
os jornais trazem o Rio com um forte avanço de 3,6 para 4,4 em dois anos deixando-o
em sexto dentre as capitais e em terceiro na região, atrás de Florianópolis e
Belo Horizonte mas à frente de São Paulo e –para mim surpreendentemente—Porto
Alegre. São números tanto mais
significativos pelo fato do sistema de aprovação automática no passado ter
favorecido artificialmente nosso ranking e
sua supressão levado a um deterioro estatístico agora superado.
Felizmente a Aspásia não entrou nessa dinâmica
onde para fazermos campanha temos que jogar para baixo nossa cidade. Ela botou
o dedo numa ferida da qual não há como fugir: o saneamento. Esse de fato
não avança por causa do imbróglio que vem desde a época da famigerada fusão e
do PLANASA e a doença, todos sabemos, chama-se CEDAE. Precisamos procurar uma maneira de municipalizar
e colocar sob controle social mínimo a distribuição de água com qualidade e
mínimo de desperdício e o saneamento com tratamento de esgoto. Não podemos
separa-los, como malandramente a CEDAE vem fazendo pois é fácil cobrar pela
água mas impossível só pelo esgoto.
Voltando à educação. Sou adepto de razoáveis
estratégias de ação afirmativa incluindo as famosas cotas, por tempo
determinado, numa escala bem calculada e, sobretudo, baseadas num grande investimento para uma forte melhoria da
qualidade geral de ensino. O resultante final da reforma do governo não parece garantir nada disso e, eventualmente, pode apontar para um deterioro generalizado
da qualidade do ensino público superior.
Não é como sustenta a esquerda sindicalista-corporativista apenas uma questão de percentual do PIB investido na educação
ou do salário dos professores, (que precisa ser melhorado, sem sombra de dúvida!) . Há países que investem um percentual geral
inferior ao nosso do PIB em educação e têm resultados melhores. Por outro lado, o puro e simples
aumento de salários, linear sem um critério de premiação por performance em
relação ao melhor aproveitamento dos alunos e ao permanente aperfeiçoamento profissional
dos mestres, é uma bandeira corporativista que, por si só, não avança
a qualidade do ensino. As direções sindicais, via de regra, reagem mal contra essa
visão, sustentam com unhas e dentes que o tratamento deva ser igual para todos, ou seja, que o professor
acomodado e negligente mereça o mesmo que o dedicado e competente. Não penso
que deva ser assim se queremos avançar e acho que essa é uma pauta importante a
ser discutida.
Finalmente em relação ao avanço do Rio no IDEB minha homenagem à Cláudia Costin que esses dias passa pelo drama de ter perdido ao pai. Naquele debate ela foi alvo de uma referencia deselegante por ser paulistana. Nada mais anti-carioca...
Valeu Cláudia!
Valeu Cláudia!
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