A estreitíssima vitória de Nicolas Maduro
sobre Henrique Capriles foi dentro das alternativas possíveis a melhor coisa
para uma futura transição democrática na Venezuela. Uma vitória por escassa
margem da oposição provavelmente levaria a um auto-golpe do regime chavista com
apoio de seu dispositivo militar ou confrontaria a Henrique Capriles com uma
situação de ingovernabilidade. Uma vitória ampliada do chavismo sem Chavez
fortaleceria o governo mais do que merece e poderia e desarticular a oposição e
enfraquecendo Capriles que consegue lhe dar uma dimensão mais moderna e demarcada
da velha oligarquia que dominou o país antes o advento do tenente coronel Hugo
Chavez.
O resultado deixa campo aberto a uma transição
pactuada pois a tendência do chavismo sem Chavez é ir perdendo terreno apensar de sua hegemonia
institucional-militar. A tendência da oposição é vencer as próximas eleições
parlamentares e presidenciais. O establishment
chavista, tem grosso modo, uma grande escolha a fazer: pactuar e aceitar
a hipótese de uma alternância no futuro ou partir para um confronto que no
limite pode resultar em guerra civil. Com a presença de um setor pro-ditatorial
nas Forças Armadas, uma enorme quantidade de armamento nas mãos de civis das
“milícias bolivarianas” e a gigantesca onda de violência que acomete o país via
criminalidade esse risco não pode ser subestimado.
A Venezuela funciona no essencial como um
petro-emirado. O consórcio AD-COPEI que controlou o país durante décadas
manteve a renda do petróleo mais nas mãos da elite. Chavez “dividiu” o botim
melhos pela via assistencialista-clientelista mas sua política de confrontação
permanente e sua má gestão deixaram o país mais dependente que nunca dessa
única atividade econômica. É improvável que o preço do petróleo caia
acentuadamente a curto prazo. Mas também improvável que conheça um grande
aumento a não ser em caso de guerra no Oriente Médio (o que sempre pode
acontecer).
A Venezuela terá que enfrentar seus problemas:
criminalidade, inflação, monocultura petrolífera, desinvestimento, evasão de
capitais e profunda polarização política e social pactuando e o resultado
eleitoral é o mais susceptível de propiciar isso embora não seja certo que o faça.
Pelo contrário, é incerto e a situação da alto risco.
O Brasil, nesse momento, em vez de ficar
unilateralmente apoiando incondicionalmente do regime chavista, como o faz o
governo, deveria ser uma força facilitadora do diálogo e da pactuação entre o
regime chavista e a oposição até porque turbulências e a riscos de guerra civil
são cenários desfavoráveis aos nosso interesses e objetivos nacionais em âmbito
continental.
Sirkis Como pessoa humana sempre acredito em posições que conciliem as aporias Que impeçam tragédias Por isto,gostei da sua postura neste ensaio político e a cada um a respobsabilidade por seus atos Que são diferentes de palavras Só consigo raciocinar dentro das lógicas de Estado de DireitoUm Grande Abraço Helenice Maria
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