07/11/2012

Obama lavou a égua!


 Acabo e receber, em Pequim,  a noticia da reeleição de Obama. Conforme previ aqui, naquele último post desde Nova York, ele venceu a reeleição tanto no voto eleitoral quanto no voto popular por uma margem bem maior do que o bom senso médio jornalístico pretendia. A eleição mostrou o eleitorado norte-americano mas consciente e portador de bom senso do que muitas vezes pareceria. As posições da direita republicana sobre impostos, seguridade social, seguro saúde, política externa, imigração, clima e costumes foram derrotadas e a tardia inflexão ao centro de Romney, a partir do debate de Denver,  acabou não enganando os incautos. O resultado segue uma evolução na composição demográfica da população norte-americana com uma coligação vencedora de mulheres, jovens, latinos e negros que no futuro será cada vez mais representativa.

 A bola está no pé de Obama. Deverá sobretudo atacar problemas que não conseguiu no seu primeiro mandato. Internamente a reforma da imigração, externamente o problema da paz no Oriente Médio e globalmente a questão do Clima. Isso determinará se conseguirá de fato estar a altura das expectativas que seus eleitores e seus simpatizantes pelo mundo afora nele investiram ou se será prematuramente aquilo que os americanos definem como  um presidente lame duck (pato manco). 

 Para prevalecer terá que enfrentar resolutamente a direita republicana que conserva maioria na Câmara e dois lobbies sinistros: o negacionista climático, cevado pelo carvão e petróleo,  e o da AIPAC que defende a direita israelense.  Não é mais possível continuar  permitindo a colonização desenfreada da Cisjordânia e a opressão continuada ao povo palestina. É preciso dizer um rotundo não a Netanyahu. 

 Daqui há dois meses os eleitores israelenses irão as urnas. Ainda é tempo para deter a reeleição do coligação de direita e extrema direita de Netanyahu e Lieberman que só tem a prometer expansionismo, opressão, racismo e guerra.  Netanyahu cutucou a onça com vara curta  ao se empenhar a fundo na campanha de seu amigo pessoal Mitt Romney e humilhar Obama mobilizando contra ele o Congresso republicano.   Espero sinceramente que o troco está a caminho.

 Na questão climática, não é possível que depois do verão mais quente da história, do colapso da agricultura norte-americana  que ele provocou e de um terrível furação agravado pelo aquecimento do oceano e por sua elevação, que os EUA continuem reféns do negacionismo da direita republicana e dos lobbies do carvão e do petróleo. Conforme berra a capa da revista de Bloomberg:  “It’s the Climate, stupid!”. É o Clima, estúpidos!




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