31/07/2012

Marina e os trogloditas


O governo deveria ter recebido noticia de braços abertos!
O convite que Marina Silva fosse uma das oito personalidades internacionais a carregar a bandeira olímpica até o mastro deveria ser motivo de orgulho de todos brasileiros e, em particular, do governo do país que vai sediar as próximas Olimpíadas. Mas não foi assim. No que pese as colocações corretas e diplomáticas da presidente Dilma, que –talvez a contragosto--  manifestou-se positivamente, vários integrantes do seu governo deram um show de desagrado.

 Alguns falaram em off  criticando o governo inglês e usando da comparação com o nosso governo convidando um político da oposição trabalhista para carregar a bandeira, em 2016. Bobagem. Primeiro Marina não foi convidada pelo governo britânico mas pelo COI em coordenação com a ONU. E foi convidada enquanto  personalidade da sociedade civil brasileira com uma biografia de superação vinculada a uma causa que ganhou destaque mundial. Isso transcende a política e transcende, anos-luz,  a pequena política politiqueira.

 O pior foi o indefectível comuno-ruralista Aldo Rebelo. O ministro dos esportes, principal do governo responsável pela preparação de 2016, decidiu tecer considerações em on segundo as quais Marina fora convidada com seus vínculos com a aristocracia real britânica. Marina,  sangue azul, assim, ó, com os Windsor... Rebelo é um personagem patético. Como relator do Código Florestal foi mais agressivo com os ambientalistas que o Ronaldo Caiado, multiplicando acusações de conluio com “interesses estrangeiros” colocando sua paranoia stalinista a serviço da direita ruralista e latifundiária. Definitivamente são tempos pós modernos...

 Marina parece tirar  Rebelo do sério. Durante a primeira votação do Código Florestal ele,  erradamente informado de um suposto tweet crítico,  quis atingi-la acusando seu marido  de “contrabando de madeira” ao confessar que como líder do governo havia “evitado sua convocação”,  algo altamente auto-incriminatório  fosse verdade a acusação. Mas essa se baseava em informações ridiculamente falsas dos ruralistas. O marido de Marina foi confundido com um outro Fábio e mesmo este nunca fora acusado do que Rebelo pretendia. Depois, tentando demostrar habilidade política,  ele anunciou à imprensa que iria se desculpar com Marina. Agora, volta a manifestar sua deselegância de forma ainda mais constrangedora porque fora do Brasil num evento internacional.

A preparação das Olimpíadas de 2016 precisam de um responsável governamental de alto nível, postura elevada e compostura. Não é o caso do Rebelo que deveria ser exonerado do ministério pela presidente Dilma. Deve voltar à Câmara onde faz muita falta aos ruralistas.

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