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O The Economist traz um dossier sobre o derretimento do Ártico e das geleiras da Groenlândia. Ressalta que o aumento da temperatura do Polo Norte é o dobro da média do planeta: desde 1951, o planeta aqueceu 0.7 graus e o Ártico 1.5. O oceano Ártico vinha derretendo 8% a mais a cada dez anos e o processo parece se intensificar: em 2007 a área a permanecer gelada, no verão, ficou em 24% abaixo daquela de 2005. Os cientistas suspeitaram de circunstâncias excepcionais mas, em 2011, essa extensão isso voltou a ocorrer. O derretimento gera mais derretimento porque enquanto o gelo reflete a luz solar a água absorve muito mais. A previsão atual é que o oceano Ártico poderá derreter completamente, no verão, até 2037. Nas geleiras da Groenlândia isso também se dá a passo acelerado. Contribuirá para o aumento do nível dos oceanos e inundação de cidades litorâneas.
O The Economist traz um dossier sobre o derretimento do Ártico e das geleiras da Groenlândia. Ressalta que o aumento da temperatura do Polo Norte é o dobro da média do planeta: desde 1951, o planeta aqueceu 0.7 graus e o Ártico 1.5. O oceano Ártico vinha derretendo 8% a mais a cada dez anos e o processo parece se intensificar: em 2007 a área a permanecer gelada, no verão, ficou em 24% abaixo daquela de 2005. Os cientistas suspeitaram de circunstâncias excepcionais mas, em 2011, essa extensão isso voltou a ocorrer. O derretimento gera mais derretimento porque enquanto o gelo reflete a luz solar a água absorve muito mais. A previsão atual é que o oceano Ártico poderá derreter completamente, no verão, até 2037. Nas geleiras da Groenlândia isso também se dá a passo acelerado. Contribuirá para o aumento do nível dos oceanos e inundação de cidades litorâneas.
O risco maior no derretimento do Ártico, das
geleiras e do permafrost, é a liberação de grandes quantidades de metano
da atmosfera que podem ter um efeito exponencial e desencadear um circulo
vicioso que comprometeria mesmo as mais ambiciosas metas de redução de
emissões. A grande incerteza científica climática se dá justamente em relação a
esse processo de feedbacks. Dele também faz parte o metano liberado do fundo dos
oceanos, pelo aquecimento dos mesmos, sua perda de capacidade de absorção de
CO2 e o efeito do aquecimento global sobre florestas tropicais como a Amazônia
provocando secas que trazem enormes emissões “naturais” de CO2, como ocorreu em
2005 e 2010.
Ou seja, a incerteza científica relativa às
mudanças climáticas se dá em relação à velocidade desses efeitos exponenciais e
à gravidade de suas consequências comparativamente a outros mecanismos
compensadores como o fato do
derretimento do permafrost trazer
também o crescimento de vegetação capaz de absorver carbono. Nenhuma instância
científica séria alimenta a menor dúvida a respeito da existência do fenômeno
de aquecimento global, em si e do fato dele ser causado pelo “efeito estufa” no
qual o carbono e outros gases emitidos pelas atividades econômicas humanas jogam
um papel central.
Existe uma ofensiva em curso dos chamados
“negacionistas climáticos” que nos EUA e na Europa são abertamente financiados
pela indústria do petróleo e do carvão numa prática análoga as campanhas que a
indústria do tabaco fazia no passado para colocar em dúvida a relação do
cigarro com o câncer e outras doenças respiratórias. É o mesmo tipo de sofisma
que confunde incertezas específicas com um questionamento geral da existência
do fenômeno. O negacionismo climático está se organizando no Brasil e já se
nota sua presença na mídia em meios acadêmicos de escasso prestígio científico
e muita ânsia de exposição. Esta é garantida.
Ao contrário dos cientistas sérios que
cultivam grande reserva no trato com a mídia por causa da sua tendência
simplificadora e da dificuldade em tratar da nuance, os negacionistas são
falastrões panfletários. Trazem, como aqueles seus colegas que negavam que o
vírus HIV provocasse a AIDS ou o cigarro o câncer do pulmão, “boas noticias”
que sensibilizam gente que não deseja ouvir verdades inconvenientes.
Beneficiam-se da perda de qualidade de boa parte jornalismo atual que tende preguiçosamente
a querer apresentar “as duas opiniões” quando não se trata de “opiniões” em sim
de um diagnóstico científico. Todas as publicações científicas de referencia e
os 10 mil cientistas do IPCC, de um lado, e do outro alguns acadêmicos
previamente desconhecidos de terceira ou quarta linha. Eles próprios expõem uma
grande diversidade de visões. Para uns não há aquecimento global, a terra na
verdade estaria esfriando. Para outros há aquecimento mas ele é natural e o CO2
nada tem a ver com isso. Outros ainda sustentam que há aquecimento, o CO2 joga
um papel mas as nuvens agirão como regulador e portanto não devemos ter medo.
Finalmente há aqueles que dizem existe o aquecimento, é provocado pelos GEE mas
já é exponencial, não vale a pena cortar emissões, nada mais há a fazer a não
ser adaptar. Se o estupro climático é inevitável, relaxa e aproveita.
penso no mundo, mas, é claro, me preocupo mais com o Rio e as consequências diretas. As vezes penso como as pessoas continuam construindo e vendendo nas avenidas de frente para a praia e isto me tranquiliza porque se houvesse uma real possibilidade de elevação do nível a prefeitura já deveria, há tempos, estar impedindo que isto ocorra . Se há o perigo e nada é feito, só temos que concordar com a afirmação da irresponsabilidade de nosso representantes. Por exemplo, não tão próxima do mar, mas sempre afetada por suas maré e ressacas, está Vargem Grande que a cada ano sofre mais com as enchentes de verão. Não se regularizam as construções a beira de rios, permite-se as edificações até dentro d`água sobre palafitas - comunidades Beira-rio e Pombo sem asa - mas há também condomínios caros, a beira do canal do rio morto, que são construídos sem levar minimamente em consideração o futuro. Isto leva qualquer pessoa sensata a desacreditar nas consequências do aquecimento. Como poderá ser verdade se nada é feito pelas autoridades.
ResponderExcluirSimples perguntas como: que áreas serão atingidas, quais os bairros em risco, o que pode ser feita já pelas pessoas que serão atingidas? Só existem duas possibilidades para a imobilidade dos poderes: ou descreem, ou , pior ainda, sabem e ficam quietas para não prejudicar o mercado imobiliário, atitude criminosa que num país serio levaria os responsáveis a cadeia.