Se houve voto
revelador foi esse do Código Florestal. Há dois meses da Rio + 20 uma maioria
da Câmara de Deputados de 270 a 180 consentiu brindar-nos com essa vergonha internacional. O
texto do Senado já continha pelo menos três problemas graves: enfraquecia a proteção
dos manguezais, complicava a arma mais eficaz contra o desmatamento --a supressão
de crédito dos bancos oficiais aos desmatadores-- e baixava drasticamente a
reserva legal no Amapá (e talvez Roraima) permitindo novos desmatamentos na
Amazônia. Com o relatório Piau-piau e dos destaques ruralistas foi o liberou
geral: mais umas 30 aberrações detonando nossas florestas, matas ciliares e mangues.
Houve também um
claro desenho esquerda x direita. Deu pra se ter uma idéia da correlação de
forças real depois de oito anos de Lula e um de Dilma. Se não pelo fisiologismo
a base do governo do PT fica distante da maioria por uns 50 votos. Mas a base
aliada de consistência fisiológica comandada pelo PMDB não pôde ser enquadrada quando precisou.
Então de que adianta o fisiologismo? E, na oposição, destaque-se o papel vergonhoso da liderança tucana, ressalvado um maior número de gatos pingados tucanos que votando conosco do que na primeira votação da emenda 164.
A bola está com
Dilma. Houve desafio a sua autoridade, tentativa de desmoralizar o governo há
dois meses da Rio + 20. Nessa hora o presidencialismo tem suas vantagens. Ela
pode vetar e ato contínuo articular um projeto de lei de urgência no Senado com a vantagem deseri ali o voto final. É preciso dar uma lição à direita
ruralista e ao fisiologismo parlamentar. Sair do vexame internacional que
compromete o papel de vanguarda que o Brasil vem jogando. É como salvar-se de um gol
contra. De preferencia com dois de virada.
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