A presidência
não ensejou ao Jair uma necessidade de maior reflexão e informação sobre variados temas. Ele se manteve orgulhosamente ignorantão, na linha daquele velho
ditado: “não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe”. Continua a tomar
conhecimento dos assuntos “de orelhada” de um entorno próximo que compreende os
filhos, o guru e mais um ou outro amigo ou assessor “de confiança”. São poucos.
É mantido numa redoma fantasista, mitômana e maniqueísta.
Na sua
cabeça, defesa do meio ambiente e do clima são “coisa de comunista”, identifica
com a esquerda algo que teve no Brasil percursores como o marechal Cândido Rondon,
que defendeu com afinco os índios, o major
Archer que fez o maior reflorestamento urbano do mundo, o almirante Ibsen e
muitos outros militares e civis conservacionistas e conservadores. Na Europa a
pioneira da luta contra a mudança do clima foi a Margareth Thatcher, por exemplo.
Só nos EUA por força do dinheiro do lobby cavoeiro, que financia o partido
republicano com os irmãos Koch como seus grandes financiadores, pode se dizer que construiu-se, nos anos 90, uma hegemonia do anti-ambientalismo e do
negacionismo climático dentro da direita republicana, algo que não acontece na Europa.
Nesses
poucos meses de governo aloprado foram desmoralizadas as instituições ambientais
de comando e controle (o desmatamento esta subindo vertiginosamente, aguardem
nos números!); os colegiados que permitem o funcionamento de organismos que
trazem recursos –a fundo perdido—para o país, como o caso do Fundo Amazônia; está em curso uma tentativa de destroçar o Código Florestal e acabar com a
reserva legal e são diários os episódios e ostensivo desprezo pela questão
ambiental.
A curto
prazo, dá para ser muito pessimista. Não parece haver limite no que eles farão para arrancar o verde da nossa bandeira.
Mas não há mal que dure para sempre a hora é
de serenamente organizar a resistência, rever os erros táticos e estratégicos tão
frequentemente cometidos pelos ambientalistas, retirar a questão ecológica e
climática da polarização esquerda-direita, promover novos encontros, novas
articulações e privilegiar o espaço subnacional, local, empresarial e a mobilização dos jovens. Não é o caso de dizer “não passarão” porque já passaram. Mas é o
caso de dizer “não prevalecerão” porque
a ampulheta da história já foi virada e agora a sua areia escorre contra. Até porque é
areia demais para o seu caminhão desgovernado e sem freios.
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