A longa experiência das
lutas e da gestão urbana e ambiental no Rio de Janeiro me deixou com um certo pé atrás em relação a
mobilizações de vizinhos contra empreendimentos no lote do lado. Frequentemente
são pressões egoístas para se livrar do incômodo natural de empreendimentos
perfeitamente legais e legítimos do ponto de vista do crescimento normal de um
cidade em bairros que já contem uma série de medidas restritivas. Isso é
bastante acentuado na zona sul onde praticamente é impossível um prédio novo
sem esse tipo de oposição. Esse certamente não é o caso da presente
mobilização dos moradores da Gávea.
A causa ali é
absolutamente justa. O que se quer fazer na rua Carlos Taylor é uma completa
insanidade do ponto de vista de impacto ambiental, de vizinhança e de risco
geotécnico.
Veja o vídeo:
Um proprietário há muitos anos tenta (e agora ficou próximo de
conseguir) abrir uma via morro acima que lhe permitiria ter acesso à mansão que
pretende construir no alto. Para tanto, no entanto, precisa remover uma grande
rocha que fica junto à calçada naquela rua estreita e pacata, e abrir caminho pirambiera acima devastando quase duzentas árvores e vegetação, inclusive
de margem de riacho.
O mais grave é o
impacto de vizinhança –que no caso não carece de um estudo específico, é obvio
e ululante-- e o futuro risco de
deslizamentos de terra diretamente sobre o muro de arrimo de um dos prédios
próximos. O impacto ambiental na área florestal rica em flora e fauna é
intenso. Sei que no passado ocorreram, nas vizinhanças, situacões similares --o
condomínio por mim embargado e liberado pela Justiça na rua João Borges, por
exemplo-- mas hoje esse tipo de coisa não é mais admissível.
A solucionática
parece ser: ou bem o potencial devastador em questão se acerta com o vizinho
acima para uma servidão de uso que lhe dê acesso --há um certo consenso entre
os moradores que o problema maior não seria a casa mas o
acesso a ela-- ou bem a área é declarada
não edificante (já há vereadores trabalhando nisso) e se parte para uma
desapropriação (sugiro em CEPACs).
Sirkis Será que a especulação imobiliária poderá alterar,como proposta de um modo de produção os ecossistemas!!!!Minha Pergunta!!!!Abraço Helenice Maria
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