Duas megalópoles estão vivendo situações
dramáticas de poluição atmosférica: Pequim e Teerã. Pequim bateu todos os recordes de
contaminação do ar nesses dias de inverno e inversão térmica quando uma série de
fatores se unem para tornar irrespirável a capital chinesa: a queima do carvão
nas termoelétricas ao redor da cidade, a queima de carvão por famílias na própria
cidade para aquecimento --em comum se
ver nas ruas vendedores de carvão doméstico—o aumento dramático da frota de
automóveis que desde 2008 passou de dois para cinco milhões de carros.
A isso se somam as emissões de indústrias
variadas em volta da cidade. É uma situação antiga: durante os jogos olímpicos de 2008 essas fábricas foram simplesmente fechadas temporariamente. Isso tudo se dá
dentro de uma situação geográfica desfavorável. Em volta de Pequim há colinas
bloqueando a ventilação, e, do outro lado, um deserto cuja poeira é soprada para
dentro da cidade e se mistura com a poluição.
Foi instituído um rodízio do tipo cidade do
México, com 20% da frota proibida de circular em cada dia útil mas a eficácia
disso é bastante limitada. As novas lincenças de emplacamento são limitadas e sorteadas. Em Xangai são leiloadas e isso aprecer ser mais eficaz, os engarrafamentos pelo menos são menores.
Essa semana os medidores da embaixada
norte-americana que medem o particulado fino registraram índices
“enlouquecidos”, acima dos limites máximos desses instrumentos. Chegou-se, no
sábado, à marca de 755 pm (microgramas
por metro cúbico). Atualmente o padrão da EPA, a agencia ambiental federal
norte-americana á de 35 pm. Só para se ter uma ideia comparativa a média anual
de Nova York é 19 pm. A situação está dando ensejo a uma intensa mobilização. A
rede ambientalista em Pequim é significativa e conta com um instrumento de
mobilização que é o Weibo, o Twitter
chinês.
A outra grande capital com uma situação dramática
de poluição atmosférica é Teerã sufocada por uma nuvem fétida de névoa amarela
contendo chumbo, enxofre e benzeno. A capital iraniana também apresenta uma
situação geográfica e metrológica desfavorável mas o problema está sendo
agravado pela má qualidade da gasolina importada nesse tempos de sanções
econômicas. Embora seja um grande exportador de petróleo o Irã importa
gasolina. E da ruim. A cidade também instituiu um rodízio para deixar na
garagem um quinto de sua frota de 3.5 milhões de automóveis mas o resultado é
quase nulo.
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