02/10/2011

COP 17 em Durban, contagem regressiva















(fotos: Manifestação em Copenhagen;com Gil na COP 15; em Bali;Beijing; térmica a carvão; termometro do Greenpeace em Bali)


A décima sétima Conferencia das Partes das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (COP 17) a ser realizada entre 28 de novembro e 9 de dezembro em Durban, África do Sul, tentará, mais uma vez, lograr um acordo global para uma redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) capaz de dar continuidade ao Protocolo de Kyoto, de 1997, cuja primeira fase de compromissos vence no final de 2012.

Se um acordo, envolvendo 193 países, não for alcançado, até lá, a partir do início de 2013 criar-se-á um vácuo de compromissos que comprometerá até mesmo os frágeis e insuficientes celebrados em Kyoto, inclusive as obrigações assumidas pela União Européia e o Japão. Deixarão de existir quaisquer compromissos obrigatórios em relação ao clima sobrando apenas os “objetivos nacionais voluntários” divulgados por diferentes países e “anotados” pela ONU nas Conferências de Copenhagen e Cancun.

As metas obrigatórias assumidas pela Europa e Japão, em 1997, mais o somatório dos objetivos voluntários assumidos em Copenhagen e Cancun, caso religiosamente cumpridos, ainda ficariam muito distantes daquele mínimo que os cientistas do IPPC (o Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas) estimam necessário para manter o aquecimento global médio do planeta abaixo dos dois graus estimados como limite acima do qual as conseqüências climáticas podem tornar-se dramáticas.

Estima-se que o atual conjunto de obrigações e objetivos voluntários poderia, quando muito, limitar o aumento de temperatura média, até o final do século, em quatro ou cinco graus o que nos remete a cenários de aquecimento global que o IPCC considera dramáticos: derretimento das geleiras, violentas ondas de calor, fenômenos meteorológicos extremos, aumento do nível dos oceanos, danos à agricultura, desertificação acentuada, etc...

Essa situação acentua a dramaticidade do que possa vir a ocorrer (ou não) na COP 17, em Durban, e, depois, durante o ano final de vigência da primeira fase do Protocolo de Kyoto, quando, inclusive, realizar-se-á a Conferência Rio + 20, que a princípio, não deverá tratar oficialmente da questão climática. Os grandes atores desse drama planetário são a China e os EUA que juntos são responsáveis por 40% das emissões de GEE, a União Européia, a Índia, o Japão e o Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário