Se de fato a denúncia da camareira do hotel contra o ex-presidente do FMI e até então favorito das pesquisas para a eleição presidencial francesa, Dominique Strauss Khan, é verdadeira estamos diante de um caso tamanho de doença mental que o mais estranho é que não tenha se manifestado antes. Por trás daquele charme e inteligência que seduziam a França escondia-se então um psicopata bruto e incontrolável. É verdade que já havia denúncias de episódios de assédio agressivo em algumas ocasiões por parte de DSK, tido na França como um quase obsessivo paquerador. Mas não do gênero de currar uma camareira que acaba de entrar num quarto para fazer a faxina...
No entanto, a descrição dos fatos ocorridos na suíte do hotel suscita dúvidas. A camareira entra no quarto, deixa a porta entreaberta, pensando que estava vazio e DSK sai do banheiro nu, fecha a porta e a ataca imediatamente. Um caso de desejo ao improviso na velocidade da luz. Depois é “obrigada” a fazer sexo oral nele. Considerando que o do maxilar é um dos músculos mais fortes do corpo humano, abrir a boca de alguém contra sua resistência até passiva deve ser algo dificílimo, contornável talvez pelo medo da agressão espancamento.
Penso que é plausível pensar que pode ter havido sexo consensual sou semi-consensual seguido de arrependimento ou de cálculo. No semi-consensual entram aqueles casos em que a mulher sente-se intimidada e cede sem estar realmente com vontade (as más línguas dizerem: “relaxa e aproveita”) a natureza humana comporta a uma variedade desses meios-tons e penso que o mais provável seja algo por ali. Não faz do comportamento de DSK algo perdoável nem menos repugnante mas torna mais problemática sua criminalização ao grau máximo como vem querendo a polícia novayorquina, os procuradores e a primeira juíza, que ria de alegre ao lhe negar fiança. E a hipótese de uma conspiração e cilada? Não pode ser descartada. Sendo mulherengo inveterado e tendo algumas histórias de paqueras agressivas DSK seria o alvo perfeito para um honey trap de algum serviço secreto. Parece algo rocambolesco mas não menos inverossímil do que o sexo oral à força.
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