12/06/2010






vídeos da convenção


links com vídeos dos discursos: 

MARINA
















SIRKIS












Revolução solar


 Há mais de 20 anos já convivemos com as placas solares destinadas ao aquecimento d’água. Elas se tornaram uma presença bastante difundida em cidades e lares rurais em todo o planeta. Com a tecnologia hoje existente o aquecimento solar é um bom negócio para ricos e pobres, sobretudo quando substitui o chuveiro elétrico. Dentro dessa tecnologia, hoje sem mistério, há várias opções diferentes, algumas de custo muito baixo. Um aquecedor de água solar encarece a construção de uma casa popular em cerca de R$ 1500,00 e propicia uma economia de energia de 30%



Mas o potencial do solar vai muito além do aquecimento de água. Ele está sendo cada vez mais utilizado na produção de energia elétrica. Na verdade estamos no limiar de uma verdadeira revolução solar.  Não se trata de uma tecnologia, nova, ela é conhecida há décadas.  Já foi amplamente utilizada pela NASA em viagens espaciais e vem sendo usada há décadas em efeitos demonstração.  A grande novidade é seu recente  e radical barateamento. Estima-se que em 2 anos o preço do solar, nos EUA vai cair  em 50%!

 O custo comparativo da energia solar comparado ao de outras fontes  sempre foi os seu “calcanhar de Aquiles”. A energia solar é produzida por coletores fotovoltaicos, feitos de silício, que, por sua vez, provém de areias, que são abundantes em diversas partes do mundo inclusive o Brasil. A grande novidade dos últimos anos é que estes coletores fotovoltaicos estão se tornando cada vez menos dispendiosos e eficientes e isso propicia um ciclo virtuoso: a queda do custo das células fotovoltaicas propicia uma maior procura e essa por sua vez faz baixar o custo.

 Já tivermos no passado processos desse tipo com os bons e velhos transistores de rádio que substituíram aquelas enormes válvulas dos rádios antigos, e depois, com os chips de computador, cada vez mais poderosos e de custo decrescente a partir da produção em massa. O mesmo processo de baratemento-produção em massa-subsequente barateamento parece ter se iniciado com as células fotovoltaicas.

 As fachadas solares nos prédios já se tornam ingredientes da paisagem urbana de cidades que apontam para o futuro: um conjunto de prédios pra baixa renda construído pela prefeitura de Sana Monica, na Califórnia. O prédio da Câmara Municipal de Brisbane, Austrália.

NA TERRA DO SOL

 Evidentemente, o solar depende do sol e alguns países estão naturalmente mais bem equipados que outros. O Brasil está particularmente bem servido de sol mas não tem tido um investimento correspondente em energia solar, ao contrário da Alemanha, por exemplo, menos privilegiada pela natureza mas que vêm consistentemente pesquisando e investindo nessa tecnologia que também interessa muito aos EUA, ao Japão e à China. Será que vamos perder nosso lugar ao sol?

 Ao contrário do que seria de se imaginar, a melhor técnica hoje disponível de aproveitamento da energia fotovoltaica não é utilizar diretamente a captação solar no prédio onde as placas estão instaladas. São cada vez mais comuns soluções nas quais essas fachadas ou telhados solares produzem energia para colocar na rede elétrica, nos horários ensolarados. Um contador contabiliza a energia produzida e colocada na rede é ela é deduzida da conta de energia elétrica no final do mês. O prédio continua a ser abastecido pela linha de transmissão conectada à central elétrica que produz a eletricidade de toda a cidade.

 Esse sistema permite a racionalização máxima e reduz custos ao propiciar que os sistemas domésticos ou condominiais não sejam obrigados a armazenar energia para usar nos períodos de fraca embolação ou a noite o que teria que ser feito em baterias que encareceriam os custos. Para chegar nesse grau de eficiência é preciso contar com uma rede elétrica inteligente que consiga administrar a geração compartilhada: não se trata simplesmente, como no passado, de uma rede que distribui energia para uma cidade “passiva” mas uma rede que faz isso ao mesmo tempo em que absorve a produção de milhares de fontes de geração locais: solar, célula de energia, eólica, geradores a gás e que consegue administrar essa troca de forma eficiente e econômica.

 No futuro não apenas as edificações solares serão pequenas usinas elétricas como os próprios automóveis! Gustav R. Grob, presidente do consórcio internacional para a energia limpa,  explica de que forma a energia fotovoltáica e eólica associadas às novas redes elétricas “inteligentes” mudarão profundamente a relação das cidades do futuro com as fontes de energia passando de um fluxo unilateral centralizado para uma teia plural e descentralizada de fluxos.

 Também estão em desenvolvimento centrais solares em grande escala com milhares de espelhos aquecendo uma turbina de grafite líquido que move um gerador. São tecnologias em desenvolvimento, aparentemente promissoras, mas o futuro do solar ainda aparece vinculado a uma multiplicidade descentralizada de unidades pequenas.

 Na conferencia de Bali,  em 2007, um taxista holandês exibia orgulhosamente seus táxi movido a energia solar –na verdade levava um reboque com placas fotovoltaicas—na qual ele havia dado a volta ao mundo. Os carros solares também já existem, ainda não são competitivos em termos de custos com outros tipos de veículos elétricos mas já constituem um filão digno de interesse é já tivemos, inclusive, os primeiros ralis de veículos solares. A revolução solar veio para ficar!



Santa Monica, California

Barcelona




Taxi solar em Bali




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