Nos idos de 1998, depois de ter criado, como secretário de meio-ambiente, o Conselho das Águas da Baixada de Jacarepagua (CONSAG BJ) e articulado, como vereador, o Conselho das Águas da Zona Sul (CONSAG ZS), paritários entyre poder público e sociedade civilo, e com poder efetivo, elaborei uma proposta de municipalização dos serviços da CEDAE no município do Rio de Janeiro, a Agência Carioica de Águas. Cheguei a aprovar uma lei autorizativa para implantá-la, em 2000, na Câmara, que foi vetada(!) pelo então prefeito Luis Paulo Conde.
Defendi-a como candidato a prefeito em 2000. Depois que a Aspásia levantou essa questão, na atual campanha, busquei-a nos meus alfarrábios digitais e fiquei impressionado com sua atualidade. O nome Agência talvez não mais se aplique porque hoje é utilizado mais no sentido regulador. Mas a proposta, em si, penso, segue atual. Vejamos:
Defendi-a como candidato a prefeito em 2000. Depois que a Aspásia levantou essa questão, na atual campanha, busquei-a nos meus alfarrábios digitais e fiquei impressionado com sua atualidade. O nome Agência talvez não mais se aplique porque hoje é utilizado mais no sentido regulador. Mas a proposta, em si, penso, segue atual. Vejamos:
Entre o
"modelo Planasa", que deu origem à CEDAE, e a privatização, com a perda do controle público sobre um serviço
essencial, há uma possível terceira via
capaz de construir consenso entre
estado, prefeitura, sociedade civil e iniciativa privada. É a criação da
Agência Carioca de Águas e dos Conselhos das Águas (CONSAGs) para operar integrada, moderna e democráticamente a distribuição de água; o esgotamento sanitário, o tratamento de esgotos; a
despoluição de praias e lagoas e a prevenção de inundações na cidade do Rio de
Janeiro. Esta proposta alem de quebrar o impasse e o imobilismo atual poderá
representar um salto histórico criando no Rio de Janeiro um exemplo de gestão
pública moderna e participativa, com
capacidade para atrair grandes investimentos e lidar com o grande problema do
século 21: a gestão sustentável das
águas.
Como ficaria a
CEDAE?
A CEDAE
continuaria gerindo a captação, transporte, tratamento e fornecimento (pago) de
água a esta e outras agências locais estimulando os municípios a se
consorciarem por bacia hidrográfica e criarem comitês de gestão de bacia e
agências locais. No caso do município do Rio de Janeiro, a CEDAE continuaria
operando o Guandu e passaria a vender sua a água tratada à Agência Carioca de
Águas.
O que seria a
Agência Carioca de Águas?
Uma nova
instituição, pública mas não estatal,
formada numa parceria a quatro: estado,
município, sociedade e iniciativa
privada, tendo como grandes
acionistas a CEDAE e a Rio Águas. Ela seria presidida por um quadro de perfil técnico, nomeado por consenso entre o governador o
prefeito e teria no seu conselho de administração representantes da sociedade
civil usuária: moradores, ONGs,
entidades empresariais e profissionais provenientes dos Conselhos da Águas por bacias e sub-bacias
hidrográficas. Diferente da proposta neoliberal de privatização essa Agencia
não seria meramente “reguladora”,
manteria uma capacidade de intervenção direta.
Haveria espaço
para a iniciativa privada?
Mantendo-se
o caráter público da instituição haveria espaço para a iniciativa privada em
dois níveis: como acionista minoritária e como prestadora de serviços ou
concessionária nas sub-bacias ou áreas que isso fosse definido como
tecnicamente apropriado ou necessário, do ponto de vista de investimentos. Também integraria (m) a
Agência, na representação destinada à sociedade civil usuária, representante(es) do segmento empresarial,
ao lado do comunitário, do ambientalista e do técnico-profissional.
Quais as
atribuições da Agência?
Cuidar de
forma sistêmica e integrada do abastecimento da água, do esgotamento sanitário,
do tratamento e da despoluição de efluentes e corpos d'água, da drenagem e
prevenção de inundações. Pela primeira
vez ficarão juntas, numa única entidade
pública, todas as responsabilidades, os
meios e as ações necessárias para uma gestão global, integrada e holística das águas cariocas.
E as suas
prioridades?
Na distribuição, reduzir drasticamente as
perdas e o desperdício; evitar casos de
poluição em final de rede e dentro das moradias; implantar a hidrometração domiciliar
generalizada e acabar o abuso da taxação por estimativa e da dupla taxação com
a dos condomínios da Barra. No esgotamento sanitário: a construção do emissário
e estação de tratamento da Barra, por concessão [isso naturalmente já foi executado. Na época abrimos caminho para tanto ao negociar uma solução para o imbrógio juridico no CONAG BJ]; a reconstrução dos pilares do emissário de
Ipanema, um grande investimento no saneamento básico das favelas; modernização e manutenção geral da rede de
esgotos e das elevatórias em toda a Cidade; a recuperação das lagoas da baixada
de Jacarepaguá.
Como isso seria detalhado e negociado?
Um grupo de trabalho, co-presidido pelo Governador e
pelo Prefeito, com representação da ALERJ e da CMRJ, das Procuradorias, das
secretarias estaduais e municipais ligadas ao tema, da CEDAE e Rio Águas e representantes dos
Conselhos das Águas existentes. Dividido em câmaras técnicas temáticas ele
esmiuçaria as decisões a serem tomadas nos vários níveis ficando as decisões
finais a cargo do Governador e do Prefeito.
Porque esta é
a melhor alternativa?
A situação
atual (modelo Planasa) é condenada pela própria CEDAE. A
muncipalização-privatização seria contestada pelo governo do Estado levando a
um confronto jurídico e um longo impasse. Na solução proposta não há vencedores
nem vencidos, ganha o interesse público e é possível trabalhar para se chegar a
acordos sobre os vários aspectos da questão. Não é fácil mas é o único caminho
para o entendimento.
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